O líder da bancada do Movimento ao Socialismo (MAS) no Senado da Bolívia, Efraín Chambi, cobrou da autoproclamada presidente Jeanine Áñez o imediato restabelecimento das relações diplomáticas com Cuba, rompidas unilateralmente pelos golpistas. Até então, a Bolívia era um dos 67 países do mundo que contava com o apoio de milhares de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e auxiliares de saúde da ilha caribenha.
Chambi defendeu que o governo de Áñez não demore e “faça eco desta convocação, levando em conta os medicamentos que Cuba dispõe e tem contribuído para mitigar esta doença”. O senador alertou também para a qualidade e compromisso do pessoal especializado que o país andino perdeu, profissionais determinados em atuar nas áreas periféricas e rurais, onde a atenção médica é extremamente débil.
Da mesma forma, o presidente da Câmara de Deputados da Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia, Sergio Choque, confirmou que solicitará ajuda a Havana. “Vamos pedir que o Governo de Cuba nos envie medicamentos para frear esta pandemia que já ingressou no nosso país. Temos que fazer todos os esforços para defender a vida”, sublinhou Sergio Choque, que também é parlamentar pelo MAS.
A solicitação de ajuda à ilha caribenha é respaldada por ambas casas do legislativo, onde o MAS é maioria, e se contrapõe à postura persecutória dos golpistas, que usaram o exército e a polícia para expulsar do país profissionais da Brigada Médica Cubana, deixando em estado precário o sistema sanitário.
No Brasil, até o governo Bolsonaro, que insultou e demitiu os médicos cubanos, acaba de anunciar que irá recontratar parte desses profissionais para ajudar no enfrentamento da pandemia do Covid-19.
Os parlamentares também defenderam que a população deve ser informada sobre os equipamentos técnicos que foram recebidos solidariamente do governo chinês para o combate à endemia.