“Como enfermeiros e enfermeiras, sabemos que a bondade e a compaixão humanitária estão no cerne da cura e também no coração da Saúde pública e da segurança”, declara, Zenei Cortez, co-presidente da Associação Nacional dos Enfermeiros (NNU), que reúne 150.000 profissionais, citado na matéria que segue, de Chuck Idelson, diretor de comunicação da NNU, escrita para o portal Common Dreams, denunciando “racismo e crueldade de Trump”, que em pronunciamento na sala de imprensa da Casa Branca se referiu ao coronavírus como “vírus chinês”
N.B.
CHUCK IDELSON*
Líderes da Associação Nacional dos Enfermeiros [NNU, sigla em inglês], estão exigindo do presidente Trump e outros filiados ao Partido Republicano que parem de usar linguagem racista e xenofóbica contra a China e o povo chinês ao se referirem à pandemia do novo coronavírus.
“É alarmante escutar os mais altos funcionários chamarem esta perigosa pandemia de ‘vírus chinês’, o que não é apenas uma terrível declaração enganosa como também encoraja atos de intolerância e violência contra pessoas de descendência chinesa, assim como de outros povos asiáticos”, alerta o diretor executivo da NNU, Bonnie Castillo.
“Como uma comunidade global, deveríamos estar promovendo a cooperação internacional e compartilhando recursos para testes, tratamento médico e pesquisa crítica para uma vacina efetiva. Essa, e não as invectivas, é a forma de vencer a crise”, acrescenta Castillo.
“As redes sociais têm sido inundadas com informes de pessoas da descendência asiática que já sofreram com abuso racista e receberam ameaças físicas”, prossegue.
“Pessoas de todas as nacionalidades, de todas as raças, de todas as etnias em todo o mundo têm sido infectadas e estão morrendo devido ao Covid-19. Nós podemos, apenas, lutar contra este vírus mortal como um só”, declara Jean Ross, também co-presidente da NNU.
“Culpar qualquer outra nacionalidade ou etnia só separa os povos e coloca as pessoas em perigo. Temos que nos unir e entender que bullying e ameaças só fazem piorar esta severa crise”, acrescenta Ross.
Recentemente, o presidente Trump aumentou o uso do rótulo ‘vírus chinês”. Outro funcionário da Casa Branca se referiu ao vírus como “Kung Flu”.
Outros republicanos embarcaram em atitudes similares ou “até de mais impressionante linguagem e estigmatização”, notou Castillo.
O senador John Cornyn (republicano pelo Texas), por exemplo, declarou que “a China deve ser culpada por sua cultura de comer morcegos e cobras e cachorros e coisas desse tipo”.
De fato, como observou Castillo, um número de nações asiáticas altamente desenvolvidas – incluindo China, Coreia do Sul e Singapura – demonstraram uma resposta muito mais rápida e efetiva ao avanço do vírus e no sentido de fornecerem tratamento aos infectados do que os Estados Unidos e muitos países europeus. Muitos sistemas de cuidados médicos foram rapidamente erguidos e se expandiu rapidamente a capacidade de teste e de cuidados para com os atingidos.
Além disso, vírus podem emanar de diversos pontos do globo, incluindo os Estados Unidos. Tem sido amplamente divulgado que a assim chamada “gripe espanhola”, pandemia de 1918-1919, de fato, aconteceu primeiro nos Estados Unidos e não na Espanha.
* Diretor de Comunicação da Associação Nacional dos Enfermeiros dos EUA