Um médico e duas enfermeiras foram detidos pela Polícia do Peru e levados para a delegacia de Lince, neste domingo, logo após realizarem uma conferência de imprensa no Sindicato Nacional Médico de Seguro Social denunciando a total falta de condições para o combate ao Covid-19.
Conforme explicaram, apesar da rápida multiplicação de casos, não houve capacitação do pessoal de saúde e nem estão sendo providenciados os equipamentos necessários para o enfrentamento ao coronavírus pelo governo de Martín Vizcarra.
Também denunciaram que estão até mesmo sem os materiais necessários para evitar o contágio, assim como lhes falta um simples protocolo de atendimento aos pacientes infectados.
Além do enfrentamento a estas deficiências, o pessoal da saúde defende a imediata demissão da presidência do Seguro Social de Saúde do Peru (EsSalud), Fiorelli Molinelli.
Da coletiva também participaram dois congressistas, que só não foram presos devido à imunidade parlamentar.
De acordo com a Polícia Nacional do Peru (PNP), a detenção se deveu a que o médico Teodoro Quiñonez, que trabalha no Instituto Nacional do Coração (Incor), e as enfermeiras transgrediram o Decreto de Urgência que estabelece o estado de emergência – semelhante ao que Bolsonaro quer implementar no Brasil.
“Quando se decreta o estado de emergência se suspendem as garantias constitucionais relativas ao livre trânsito e à livre reunião, nem em locais públicos nem privados. Quem infringe a lei tem que ser preso pela Polícia”, declarou o coronel Rolando.