O parlamento espanhol aprovou na quarta-feira a extensão da quarentena contra a pandemia Covid-19 até o dia 12 de abril. O confinamento atinge 47 milhões de espanhóis e foi decretado no dia 14 de março e previsto para durar até o dia 29.
O primeiro-ministro Pedro Sánchez voltou a pedir a todos “tempo, unidade e lealdade” para conter a pandemia. Tempo – assinalou – para “adaptar o sistema de saúde e para desenvolver uma vacina”.
A aprovação no parlamento ocorreu após aumento de 27% no número de óbitos em 24 horas na Espanha causados pelo novo coronavírus, fazendo o país chegar a 3.434 mortes e a superar a China, onde a pandemia foi primeiro detectada, cujo total de mortos é 3287.
Apenas a Itália tem um saldo de mortos maior, 6.820. Na Europa, o número de mortos pela Covid-19 ultrapassa os 12 mil.
Em número de casos confirmados, o aumento na Espanha em 24 horas foi de 20%, 7.937 pessoas a mais, para o total de 47.610. Nos casos de terapia intensiva, o aumento foi no mesmo patamar, 20%.
Com a quarentena em vigor, o número de pessoas que recebeu alta se elevou em 41% no período, para 5.367, enquanto o aumento de pacientes em terapia intensiva cresceu 20%, para 3.166.
A expectativa do governo é que as medidas de isolamento comecem a se refletir nos números nos próximos dias, levando à redução na taxa de contágio.
Para Fernando Simon, diretor do Centro de Coordenação de Emergências Sanitárias do Ministério de Saúde espanhol, esses números expressam que o aumento diário nos óbitos está se estabilizando em torno de 20%, o que pode indicara que o pico da pandemia está se aproximando.
Pelo segundo dia consecutivo, a Catalunha ultrapassou Madri como a região com o maior número de casos diagnosticados, registrando respectivamente 1.939 casos na terça-feira, contra 1.777 na capital espanhola.
Embora Madri continue na frente em números absolutos, a aceleração dos contágios em Barcelona é preocupante.
Na terça-feira, a pista de gelo de um centro comercial em Madri foi improvisada como um necrotério, devido à saturação dos serviços funerários. Continuam faltando máscaras, testes rápidos, ventiladores de assistência respiratória e máscaras cirúrgicas.
Militares convocados para inspecionar e higienizar asilos encontraram idosos abandonado e alguns inclusive mortos, após fuga das equipes dessas casas de repouso.
Em outra frente, os governos da Espanha, da França, da Itália e de seis outros países assinaram uma carta defendendo a criação de um “instrumento de dívida comum” para levantar fundos para os serviços de saúde e para reativar suas economias.
Sánchez tem insistido em que a União Europeia precisa ter uma resposta fiscal unificada “ampla e sólida” em socorro dos países atingidos pela pandemia e pela desaceleração econômica decorrente da imperiosa instituição de quarentena para conter o contágio, as mortes e o colapso do sistema de saúde.