O apresentador Marcos Paulo Ribeiro de Morais, intitulado “Marcão do Povo”, foi suspenso de suas atividades do programa ‘Primeiro Impacto‘, do SBT, após sugerir ao vivo a criação de um ‘campo de concentração’ para isolar os casos confirmados de pessoas infectadas com o novo coronavírus.
“Devido a opinião omitida pelo apresentador Marcão do Povo durante o Primeiro Impacto dessa terça-feira, 7 de abril, opinião esta que não reflete a posição da emissora, a diretoria decidiu suspendê-lo de suas funções”, aponta trecho do comunicado do SBT divulgado à imprensa na tarde desta quarta-feira, 8.
Na ocasião, o apresentador declarou: “Não seria interessante pegar, por exemplo, montar um campo de concentração, com equipamentos sofisticados, com os melhores profissionais e colocar essas pessoas com problemas e sintomas… E acaba também de ter que espalhar dinheiro para os estados. Esse negócio de vários governadores que nem sequer um caso foi comprovado e o estado decretou calamidade. O estado tem necessidade de decretar calamidade? Não tem!”, disse.
O apresentador ainda pediu para Jair Bolsonaro mandar o exército prender os governadores que forem contra a determinação. “O senhor [Jair Bolsonaro] é o presidente da República, dá um decreto, põe o exército nas ruas, e aí o governador que descumprir… cana. Monta um campo, um local adequado e trata as pessoas lá”, completou.
Por fim, ainda defendeu a volta do funcionamento do comércio no país: “Os comércios abrem e funcionam tudo normalmente, para não ter esse negócio de espalhar dinheiro e todo mundo estar vivendo desse jeito. É uma ideia que eu tô dando, a população pode concordar ou não concordar, o Presidente pode acatar ou não acatar. Eu acho que vai voltar a tudo ao normal, ‘vamo’ voltar todo mundo a trabalhar, a vida vai seguir. É uma ideia, fica a dica!”.
Confira comunicado na íntegra:
“Ontem, durante a exibição do programa jornalístico Primeiro Impacto, o apresentador Marcos Paulo Ribeiro de Morais, popularmente conhecido como Marcão do Povo, se utilizou do espaço em nosso jornal para expressar uma opinião de cunho pessoal que dizia respeito ao tema tão delicado que o mundo e nosso país atravessam: a COVID-19.
Gostaríamos de esclarecer ao público, às autoridades, àqueles que estão na linha de frente ao combate incessante da pandemia e, em especial, às pessoas vitimadas, que de forma alguma a opinião expressada pelo apresentador reflete o pensamento, a atitude e o respeito que a emissora tem pelo momento atual. Temos total consciência da relevância do assunto e temos, a todo momento, nos preocupado em informar e esclarecer de forma isenta e imparcial os acontecimentos e as providências que as autoridades e todos brasileiros estão adotando para vencermos essa enorme crise de saúde já presente, e a econômica que se avizinha.
Desta forma, sinceramente lamentamos que o apresentador tenha usado nossa plataforma de modo que contraria tão profundamente os nossos princípios. A todos que de alguma forma possam ter se ofendido ou mesmo se indignado com as opiniões pessoais do apresentador, nossas mais sinceras desculpas.
Nossos profissionais de Jornalismo seguirão na dura missão de bem informar, sempre preocupados com o bem estar de todos os brasileiros.
O apresentador foi suspenso de suas funções.
Respeitosamente,
A Diretoria”.