O governo da África do Sul decretou quarentena em todo no país a partir da quinta-feira e na sexta (27) anunciou que o exército reforçará o confinamento das famílias no combate ao avanço do coronavírus e, a partir de agora, quem espalhar ‘fake news’ (notícia falsa) passa a ser multado e criminalizado.
Uma lei que entrou em vigor na sexta-feira (27) no país de 57 milhões de habitantes estabelece que quem divulgar informações que não condizem com as da comunidade científica, desorientando a população, deve ser condenado, a fim de “impedir uma catástrofe humanitária de grandes proporções”.
“Qualquer pessoa que publique declarações, em qualquer meio, incluindo mídias sociais, com a intenção de abusar de outras pessoas sobre a covid-19 será culpada de um crime e está sujeita a uma multa, uma penalidade de prisão de até seis meses ou ambos”, esclarece o Diário Oficial da União.
Após declarar “estado de emergência nacional” no domingo, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, determinou o fechamento das escolas por três semanas e proibiu a entrada de cidadãos de países afetados pela doença.
Logo após o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, reiterar na quinta-feira a existência de mais de mil pessoas infectadas e de que a pandemia estava “se espalhando rapidamente pelo país”, a África do Sul despertou nesta sexta com as suas duas primeiras mortes: duas mulheres, uma de 28 e outra de 48 anos.
O bloqueio está em vigor e restringe as pessoas a suas casas para a maioria das atividades, incluindo exercícios, permitindo saídas somente para fins específicos, como comprar comida ou para emergências de saúde.
Frente ao avanço da epidemia, as empresas de mineração, o núcleo da economia sul-africana, passaram a cortar ou já suspenderam completamente a produção, abrangendo ouro, cromo e manganês. O porto da África do Sul também está fechado, interrompendo o fornecimento global de cobre, assim como seus aeroportos.
Em todo o continente africano, mesmo com a limitada estrutura estatal para apurar o impacto do vírus, ele segue avançando a um ritmo “assustador” declararam as autoridades sanitárias, com mais de três mil infectados e cem mortos oficialmente registrados.