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Servidores municipais que combatem endemias na cidade de São Paulo, entre elas a dengue, entraram em greve por tempo indeterminado após o prefeito Ricardo Nunes (MDB) oferecer um reajuste de apenas 2,16% para a categoria, que reivindica 16%. Os profissionais se juntaram a servidores de diferentes secretarias e categorias do município por aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho.
Além da dengue, os agentes de combate a endemia atuam na desratização, no controle de escorpiões e recebem denúncias de maus-tratos a animais. No enfrentamento ao Aedes aegypti, eles visitam casas para dar orientações aos moradores e também realizam a nebulização, que é a aplicação do inseticida para combater o mosquito.
Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindisep), 80% dos 1954 agentes que combatem endemias estão paralisados. A greve começou na quarta-feira (13), quando Nunes enviou à Câmara Municipal a proposta de reajuste, prevendo um aumento de apenas 2%. “Humilhante”, diz servidora.
“Estamos literalmente dando suor para conseguir atender a população e aí o prefeito vem e oferece 2% de reajuste, chega a ser humilhante”, diz Lucianne Tahan, agente na região da Casa Verde, zona norte da cidade.
O valor do salário dos agentes é repassado pelo governo federal aos municípios. Atualmente, o piso da categoria é de R$ 2.824.
Os servidores também reivindicam o pagamento do Incentivo Financeiro Adicional (IFA), que é feito uma vez por ano pela Prefeitura. O bônus, que é garantido com recursos federais, está atrasado. “A prefeitura não repassa esse recurso para nós e também não diz onde é gasta essa verba”, disse ao UOL, Aloir Viola, agente de combate as endemias na região da Capela do Socorro e integrante do Sindsep.
Por conta do arrocho salarial imposto ao funcionalismo, Nunes tem sido alvo de vários protestos. Na quinta-feira (14), durante uma agenda pública em São Miguel Paulista, na zona leste, servidores protestaram contra o reajuste oferecido pela administração. Os profissionais também criticam a falta de diálogo com a gestão municipal.
Por sua vez, Nunes diz que a movimentação dos servidores tem caráter político, alega que mantém aberta as negociações, mas que não fará “nenhum absurdo par agradar ninguém”. Os trabalhadores negam a existência de qualquer diálogo com a prefeitura.
A paralisação inclui outros servidores como educação, agentes de saúde, assistentes sociais. Além do reajuste de 16% dos salários, os servidores pedem o fim do confisco previdenciário de14% sobre os rendimentos dos aposentados e pensionistas, uma vez que eles já contribuíram a vida toda.
No caso dos professores, a categoria quer a incorporação dos abonos complementares que somam 39%. “Aceitaríamos 16% como primeira parcela de incorporação nos salários dos ativos e aposentados”, disse ao UOL Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem, sindicato dos professores municipais.
Em greve desde o dia 8 de março, os profissionais da educação também lutam por melhores condições no atendimento a crianças com deficiência e também pela redução do número de bebês e crianças por sala de aula.
A proposta da prefeitura para a educação prevê, apenas 2,16% e um acréscimo de 3,62% para o piso do magistério, o que não atende às demandas da categoria. “Não cobre nem a inflação registrada nos últimos doze meses”, critica o presidente do Sinpeem.
Além dessas reinvindicações, os profissionais da educação rejeitam a proposta de Ricardo Nunes de impor remuneração por subsídio sobre os vencimentos da categoria. A proposta retira direitos como evolução, quinquênio, 6ª parte, por exemplo. “As conquistas que nós tivemos, nós não abrimos mão”, assegurou Norma Andrade, presidente do Sinesp, Sindicato dos Especialistas da Educação do Município de SP durante assembleia na última quarta-feira (13), que rejeitou a proposta apresentada pela prefeitura e aprovou a continuidade da luta.
Na próxima terça-feira (19), a categoria realiza nova manifestação e assembleia em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, às 12h, seguida de caminhada até à Câmara Municipal. O objetivo é pressionar os vereadores a fazerem alterações no projeto de lei enviado por Nunes à Câmara para que contemple a pauta dos servidores.
A manifestação do dia 19/03 (quarta-feira) será em frente à Câmara Municipal e não em frente à Prefeitura, como diz a reportagem.
Atenção à matéria, leitor. Em primeiro lugar, dia 19/03 não é quarta-feira, e, sim, como diz o artigo, terça-feira. Em segundo lugar, e mais importante, literalmente, está escrito: “Na próxima terça-feira (19), a categoria realiza nova manifestação e assembleia em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, às 12h, seguida de caminhada até à Câmara Municipal. O objetivo é pressionar os vereadores a fazerem alterações no projeto de lei enviado por Nunes à Câmara para que contemple a pauta dos servidores.”