Amorim condena EUA por fechar o espaço aéreo da Venezuela: “um ato de guerra”

Assessor da Presidência para Assuntos Internacionais Celso Amorim (Foto: Antonio Araújo - Câmara dos Deputados)

Em entrevista para o The Guardian, o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais diz que “se houvesse uma invasão, uma invasão de verdade… acho que sem dúvida veríamos algo semelhante ao Vietnã – em que escala é impossível dizer”

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, afirmou que uma invasão dos Estados Unidos à Venezuela pode gerar uma guerra “semelhante ao Vietnã”, tornando a América do Sul uma “zona de guerra”.

Amorim declarou, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, que o fechamento do espaço aéreo da Venezuela por parte dos EUA foi um “ato de guerra”.

O governo de Donald Trump também tem atacado embarcações na costa venezuelana, alegando, sem provas, que todos eram de traficantes. Trump exige que o presidente venezuelano Nicolás Maduro renuncie ao cargo.

“Se houvesse uma invasão, uma invasão de verdade… acho que sem dúvida veríamos algo semelhante ao Vietnã – em que escala é impossível dizer”, falou Amorim.

“A última coisa que queremos é que a América do Sul se torne uma zona de guerra – e uma zona de guerra que inevitavelmente não seria apenas uma guerra entre os EUA e a Venezuela. Acabaria por ter envolvimento global e isso seria realmente lamentável”, continuou.

O governo Lula não reconheceu como legítimas as eleições na Venezuela, mas o Brasil não vai impor nada ao país vizinho, disse Amorim. “Se cada eleição questionável desencadeasse uma invasão, o mundo estaria em chamas”, comentou o assessor.

“Se Maduro chegar à conclusão de que deixar o poder é o melhor para ele e para a Venezuela, será uma conclusão dele… O Brasil jamais imporá isso; jamais dirá que isso é uma exigência… Não vamos pressionar Maduro para que renuncie ou abdique”, destacou o ex-ministro das Relações Exteriores.

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