A Argentina inteira amanheceu sem energia elétrica por um apagão generalizado que também deixou sem este serviço o Uruguai.
Houve informações de que regiões do sul do Brasil teriam sido afetadas, mas o Operador Nacional do Sistema Elétrico informa que o Brasil não foi afetado.
O Brasil possui interligações internacionais que permitem importação ou exportação de energia elétrica para Argentina, Uruguai e Venezuela, mas não foi afetado pela queda de energia dos países vizinhos.
Estima-se que o colapso afetou perto de 48 milhões de pessoas no sul do continente.
A origem do problema, de acordo com as principais distribuidoras argentinas, as privatizadas Edenor e Edesur, com ações majoritárias da italiana ENEL, é uma “falha massiva no sistema de interconexão elétrica”, e ponto. Sem mais detalhes até as 13 horas de domingo, 16, quando esta matéria foi concluída.
A Argentina, com 44 milhões de habitantes, e o Uruguai, com 3,4 milhões, compartilham um sistema de interconexão elétrico centrado na represa binacional de Salto Grande, localizada a 450 km ao norte de Buenos Aires e 500 km ao norte de Montevidéu.
Além dos problemas nas residências, comércios, empresas, o apagão gerou complicações nos serviços de transporte: trens e metrô dos dois países mais afetados não funcionaram.
O presidente Mauricio Macri, através de empresários considerados ‘laranjas’ por sites argentinos como Telam, Revista Integração Nacional e outros, é acionista de Edesur, um dos dois gigantes da eletricidade na região, que deixaram de investir nas redes de distribuição, uma das razões principais da crise energética, assinalou a mídia de Buenos Aires.
A Edesur tem como acionistas majoritários a Sociedade Argentina de Energia S.A. (SADESA) e a Enel SpA.
O grupo Sadesa é integrado por Nicolás Caputo (sócio de Macri em numerosas empresas e seu amigo de infância), Eduardo Escasany, grupo Miguens-Bemberg, Guillermo Reca (testa de ferro de Macri), Juan Casas e José Malbrán. Sadesa também é dona das centrais elétricas Puerto, Piedra del Aguila, Térmicas de Mendoza, Ensenada, El Chocón e Transportadora de Gas del Mercosur. E está associada com a Total (francesa) para a produção de gás.
A Enel SpA., multinacional italiana com sede em Roma que atua na geração e distribuição de energia elétrica e na distribuição de gás natural, cujo nome é um acrônimo de “Ente nazionale per l’energia elettrica”, é a maior empresa da Europa em valor de mercado e está presente na Argentina e outros 35 países. Seu faturamento em todo o ano passado foi de € 74,6 bilhões, fato que não teve nenhuma consequência em termos de investimento na rede elétrica argentina, que tem decaído em seu desempenho desde a privatização e desnacionalização.
É bom lembrar que a companhia italiana, Enel, arrematou a compra de 73% da Eletropaulo por 5,5 bilhões de reais em junho de 2018, apagando o antigo nome da distribuidora paulista e o substituindo pelo próprio. A Eletropaulo tornou-se Enel Distribuição São Paulo.