Ele repercutiu ato de seus seguidores contra as medidas tomadas pelo governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB). Nas imagens, Bolsonaro mostra as pessoas protestando nas proximidades da casa do governador pela reabertura do comércio
Jair Bolsonaro ameaçou os governadores que estão tomando medidas mais restritivas de circulação de pessoas como uma das formas de proteger suas populações diante da piora da pandemia de Covid-19. Ele disse que quem fizesse isso teria que assumir o pagamento da ajuda emergencial. Agora, em mais um apoio ao vírus assassino, ele resolveu jogar seus seguidores contra os governadores.
Neste fim de semana, o presidente repercutiu um ato de apoiadores contra as medidas tomadas pelo governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB). Nas imagens, Bolsonaro mostra as pessoas protestando nas proximidades da casa do governador pela reabertura do comércio. Os manifestantes mostraram cartazes com frases como “Não suportamos outro lockdown” e entoam gritos de “queremos trabalhar”.
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) aparece no ato (foto acima) estimulando os manifestantes a pedirem o fim das medidas sanitárias de combate ao coronavírus.
No sábado (27), Bolsonaro já havia compartilhado um outro vídeo de uma empresária que também criticava o fechamento do comércio. O vídeo também foi compartilhado por dois dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni.
O capitão cloroquina insuflou outras aglomerações, dizendo que a manifestação é porque “o povo quer trabalhar”. Mais cedo, ele já havia postado um vídeo de uma empresária do DF que também reclamava das medidas adotadas por Ibaneis. Mostrando o seu desprezo pelo sofrimento das pessoas que estão morrendo por falta de UTI, ele minimizou o problema. “A saúde sempre teve problemas”, disse ele.
A Política Militar do DF (PMDF) fechou a rua principal que dá acesso à casa do governador e impediu que os veículos se aproximassem do local. Mesmo assim, dezenas de bolsonaristas furaram o bloqueio, desceram dos carros e se reuniram a poucos metros da residência. A taxa de ocupação dos leitos de UTI na capital federal está acima dos 90%. Mesmo diante diante de uma situação tão grave, Bolsonaro continua pregando o desrespeito à qualquer norma ditada pelas autoridades sanitárias.
No sábado (27), Bolsonaro aproveitou sua viagem ao Ceará para fazer as ameaças aos govenadores. “Se os governadores tiverem que bancar até o auxílio emergencial, aí mesmo que o presidente da República vai provar sua total inutilidade”, disse Flávio Dino (PCdoB-MA), governador do Maranhão. Outro que também reagiu com veemência contra Bolsonaro foi o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “O desequilíbrio de Bolsonaro é proporcional à tragédia humana que o negacionismo provocou no Brasil”, afirmou.
Camilo Santana (PT), governador do Ceará, afirmou que “aqueles que debocham da ciência, ignoram a luta dos profissionais de saúde para salvar vidas, e, principalmente, desrespeitam a dor das milhares de famílias vítimas da Covid, receberão o justo julgamento”. “Continuaremos firmes, combatendo o negacionismo, e lutando sempre pela vida”, acrescentou o governador.
Nesta segunda-feira (1º), 17 governadores divulgaram uma carta denunciando as ameaças de Bolsonaro.
