“O próprio presidente confessou o crime. Bolsonaro não precisa de advogado-geral da União. O senhor Aras já cumpre esse papel. É mais realista que o rei”, criticou o líder da oposição no Senado
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, afirmou neste sábado (19), que Augusto Aras “é a página mais triste do Ministério Público”. “O comportamento dele para arquivar é antagônico ao comportamento dele em relação aos documentos da CPI. Está há 100 dias protelando qualquer ato em relação à CPI, encontrando desculpa atrás de desculpa. Para arquivar, ele toma decisão liminar, mesmo com fartas provas”, prosseguiu o senador.
A afirmação de Randolfe se deu logo após Aras propor o arquivamento da investigação de prevaricação de Bolsonaro no escândalo da compra ilegal da vacina indiana Covaxin. O procurador-geral concluiu, a exemplo da Polícia Federal, que Bolsonaro não cometeu ao crime ao ignorar o aviso sobre irregularidades na compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.
“A julgar do que vem do senhor Aras, isso era mais que esperado”, disse ao site de notícia Congresso em Foco o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI. “O próprio presidente confessou o crime. Bolsonaro não precisa de advogado-geral da União. O senhor Aras já cumpre esse papel. É mais realista que o rei”, criticou Randolfe. A manifestação de Aras será analisada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. A corte, no entanto, segue o parecer da PGR nos pedidos de arquivamento.
Randolfe, que foi vice-presidente da CPI da Pandemia, afirma estranhar a passividade de integrantes e de entidades representativas ligadas ao Ministério Público em relação a Aras. “O senhor Aras passará à história como uma das páginas mais lamentáveis e tristes do Ministério Público. Age como mera sombra dos crimes praticados pelo presidente da República”, avaliou Randolfe.
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