Empresas e consumidores sofrem com os maiores juros do mundo:: crédito a 28,7% e cartão a 450%
Os juros cobrados pelos bancos às pessoas físicas e jurídicas continuaram a subir, segundo dados divulgados pelo Banco Central às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que se inicia nesta terça-feira, onde está previsto mais arrocho monetário sobre o setor produtivo e o consumo.
A taxa média cobrada pelo sistema financeiro no crédito atingiu o patamar de 28,7% ao ano em dezembro de 2024. Para as pessoas jurídicas subiu para 10,9% e para as pessoas físicas está nos estratosféricos 33%.
Os juros do cartão de crédito rotativo, apontado com uma das modalidades que mais contribuiu para o alto nível de inadimplência das famílias brasileiras, aumentou de 445,9% para 450,5% ao ano em dezembro último, uma variação a mais de 4,6 pontos percentuais.
Já a taxa do parcelado do cartão teve pequeno recuo de 183,2% a.a. em novembro para 171,2% a.a. em dezembro, seguindo nas alturas ou 8,67% ao mês. Percentuais em níveis da agiotagem.
No cheque especial, a taxa de juros cobrada foi de 136% ao ano, em novembro foi de 138,2% a.a.
Quanto mais alta a Selic, mais juros os bancos cobram nas demais linhas de empréstimos. Esse, inclusive foi o argumento dos bancos para elevar o juro do consignado para os aposentados e pensionistas este ano.
O aumento sinalizado pelo BC para a reunião do Copom de hoje é de aumento da taxa Selic de 12,25% a.a. para 13,25%, mantendo os juros no Brasil entre os mais elevados entre todos os países do planeta em termos reais de juros, ou seja, descontada a taxa de inflação.
Resultado: menos investimentos, menos consumo e arrocho na renda das famílias brasileiras.
A Confederação Nacional da Indústria, na segunda-feira (27), manifestou-se sobre as dificuldades do setor da construção: “Os empresários do setor apontam que a dificuldade para obter empréstimos e financiamentos cresceu no último trimestre de 2024, período imediatamente posterior à retomada do ciclo de alta da Selic pelo Copom”.