Bolsonaro abafa denúncia contra auxiliar de Guedes e demite presidente da ABDI

O presidente exonerado da ABDI, Luiz Augusto Ferreira, afirmou que o secretário de Paulo Guedes lhe fez "pedidos não republicanos". Foto: BC - ABDI

Bolsonaro demitiu o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Luiz Augusto de Souza Ferreira, que denunciou ter recebido “pedidos não republicanos” do secretário especial de Produtividade e Emprego no Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa. Ver Presidente da ABDI diz que auxiliar de Guedes fez “pedidos não republicanos”

O decreto da demissão foi publicado na madrugada da quarta-feira (4), no Diário Oficial da União. No mesmo decreto Jair Bolsonaro nomeou Igor Calvet para ocupar o cargo.

Calvet ocupava a secretaria especial adjunta da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia.

Luiz Augusto Ferreira disse que Carlos da Costa, o auxiliar de Paulo Guedes, lhe pediu para que bancasse o aluguel de salas em São Paulo, sob o custo de R$ 500 mil por ano, sem necessidade, para abrigar escritórios da secretaria.

A ideia de Costa era que a ABDI e a secretaria que ele chefia dividissem o espaço, em acordo de cooperação, de um andar no prédio localizado no Banco do Brasil, na Avenida Paulista. Segundo Luiz Augusto, Costa o pressionou para fazer o negócio, em mensagens de WhatsApp.

Ferreira respondeu que não via necessidade e que não o faria, já que a ABDI já utiliza salas no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sem custo nenhum e não tinha planos para mudar.

“O secretário Carlos da Costa me fez pedidos não republicanos e recusei”, disse em entrevista para a revista Veja.

Na segunda-feira (2), ao ser questionado sobre as denúncias de Luiz Augusto Ferreira contra Costa, Bolsonaro afirmou que os dois ou um dos dois “perderia a cabeça”.

Mas não conseguiu esconder que ficou irritado com o presidente da ABDI por ter feito as acusações. E que Luiz Augusto seria demitido pelos simples fato de ter exposto o malfeito. “Não pode ter uma acusação dessas”, disse Bolsonaro.

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