Jair Bolsonaro encabeçou, sem máscara e aglomerando, uma “motociata” em Florianópolis (SC), neste sábado (7).
Ele foi acompanhado pela vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr (PSL), e pelo empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan.
Ele passeou de moto pelo centro e pela zona norte da cidade e também parou para tirar fotos e cumprimentar apoiadores. Em nenhum momento usou máscara, o que é obrigatório em Santa Catarina.
Quem estiver sem a proteção em ambiente fechado fora de espaços domiciliares está sujeito a multa de R$ 500, dobrado o valor em caso de reincidência.
O evento bolsonarista bagunçou o trânsito e provocou engarrafamentos na Capital.
Os manifestantes pediam a volta do voto impresso, proposta que já foi recusada na comissão especial da Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda assim, pretende enviar o projeto para votação no plenário. Jair Bolsonaro tem falado que as eleições de 2022 podem não acontecer caso a proposta não seja aprovada.
Bolsonaro transmitiu parte de seu passeio por Florianópolis através de suas redes sociais. O vídeo registrou um apoiador gritando “baixa a gasolina” para Jair Bolsonaro. Depois, quis saber o que o apoiador havia gritado. Ao saber, declarou sem graça: “É argentino”.
O governo Bolsonaro tem vinculado o preço da gasolina no país aos preços internacionais, mesmo que a Petrobrás produza e seja capaz de comercializar por um preço muito mais barato.
A gasolina acumula alta de 46% e está entre os itens que mais aumentam a inflação e afetam o poder de compra dos brasileiros. Mesmo assim, Bolsonaro joga a responsabilidade sobre os governadores e o ICMS cobrado pelos Estados – embora o combustível também conte com 15,5% de taxação federal.
Na mesma live, Bolsonaro trocou o nome da cidade ao citar sua agenda em Santa Catarina. Disse que teve uma agenda “muito produtiva em Blumenau”. Corrigido pela equipe, emendou – “em Joinville”.
Às 10h, manifestantes contrários ao governo de Jair Bolsonaro se reuniram no centro da cidade carregando faixas com a inscrição “Fora Bolsonaro”.
No dia 24 de julho, Florianópolis presenciou as manifestações pedindo o impeachment de Jair Bolsonaro, a favor da vacinação e pelo auxílio emergencial. As manifestações também denunciavam os esquemas de corrupção na compra de vacinas, que estão sendo investigados pela CPI da Pandemia.
O governador do Estado, Carlos Moisés (PSL), não participou de nenhuma atividade de Jair Bolsonaro no Estado.
Os bolsonaristas de Santa Catarina, com apoio de Jair Bolsonaro e de deputados como Carla Zambelli (PSL-SP), tentaram emplacar um pedido de impeachment contra o governador, mas não conseguiram.
O Tribunal Especial de Julgamento absolveu Carlos Moisés.
A vice-governadora, Daniela Reinehr, chegou a assumir enquanto o processo de impeachment era analisado. Sua curta gestão foi marcada pela polêmica envolvendo seu pai, Altair Reinehr, que defende abertamente o regime nazista e nega seus crimes e o holocausto, como é conhecido o extermínio de judeus na Alemanha nazista.
Daniela foi questionada se apoia as mesmas ideias que seu pai, mas se recusou a responder.
Altair é conhecido no município de Maravilha, no extremo oeste de Santa Catarina, por ser nazista. Professor aposentado, já colaborou com uma editora de livros antissemitas que defendiam a Alemanha nazista.
Foi o segundo dia de visita de Bolsonaro no Estado.
Em Joinville, na sexta-feira (6), ele voltou a insultar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, chamando-o de “filho da puta”.
Se pudesse classificar políticos comparando com uma doença o Bolsonaro seria a lepra