Lançado pré-candidato a prefeito do Rio pelo PCdoB, o ex-deputado afirmou que a cidade “tem as maiores taxas de desemprego das capitais no Brasil, muito acima da média nacional, quase 500 mil desempregados e quase 1 milhão de pessoas na informalidade”
A conferência municipal do PCdoB-Rio confirmou no último domingo (17) a pré-candidatura de Brizola Neto à prefeitura do Rio de Janeiro para as eleições de 2020. Participaram da conferência 151 delegados eleitos em diversas assembleias de base, com mais de 200 militantes presentes. Durante todo processo, o PCdoB mobilizou na capital cerca de 600 filiados.
A mesa de abertura contou com o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, que abordou a conjuntura nacional. O ato também teve a participação do presidente estadual do PCdoB-RJ, João Batista Lemos, e das deputadas Jandira Feghali (federal) e Enfermeira Rejane (estadual).
O ex-deputado e ex-ministro do Trabalho, Brizola Neto, afirmou, em entrevista ao HP, que “é urgente o Rio de Janeiro retomar o desenvolvimento econômico, gerando emprego e renda para a população carioca”. Ele falou também do agravamento da crise provocada pelo obscurantismo e a política retrógrada do governo Jair Bolsonaro. “Bolsonaro é ao mesmo tempo uma ameaça a democracia e ao Estado Nacional”, disse.
“De um lado afronta as instituições da República, o STF, o Congresso Nacional, os partidos políticos e também os órgãos de controle, o MP, a Polícia Federal, o COAF. Por outro promove o maior desmonte da historia do Estado brasileiro, privatizando empresas estatais estratégicas como a Eletrobrás, os Correios e a própria Petrobrás que está sendo esquartejada, abrindo mão da distribuição e do refino do petróleo, tudo isso para atender a agenda do mercado e entregar nossas riquezas para os interesses internacionais, especialmente o pré-sal”, denunciou.
“Bolsonaro avança ainda contra os direitos da classe trabalhadora com sucessivas reformas das leis trabalhistas e com a reforma da Previdência. Para quem achava que Bolsonaro seria eleito para destruir o PT, o que realmente se verifica que ele se encarrega mesmo é de acabar com o que restava do legado da Era Vargas, as estatais e o regime de direitos e garantias”, acrescentou o pré-candidato.
Brizola destacou a importância para o país e para o Rio de Janeiro da retomada de uma política nacional desenvolvimentista. “De todos os estados da federação, sem dúvida nenhuma o Rio de Janeiro é o maior prejudicado pelo desmonte do Estado Nacional, especialmente com o que está ocorrendo com a Petrobrás. Muito mais que dar lucro aos seus acionistas a Petrobrás tem um papel estratégico que é desenvolver a cadeia produtiva do petróleo em nosso país”, salientou.
“Quando ela abre mão da sua função estratégica, compromete o projeto nacional e a soberania do Brasil no desenvolvimento das suas forças produtivas e o Rio de Janeiro, onde estavam concentrados a maior parte dos seus investimentos e o maior número dos seus fornecedores sofre muito com isso”, prosseguiu Brizola Neto.
Ele lembrou o dinamismo da indústria naval do estado e as consequências nefastas de uma política recessiva e de desnacionalização de nossas empresas. “Basta ver o que aconteceu com a nossa indústria naval, que tinha se reerguido, sendo a maior do país e uma das maiores do mundo. Hoje com o desinvestimento da Petrobrás e o fim da política de conteúdo nacional, os estaleiros da Baía de Guanabara, que chegaram a ter mais de 50 mil empregos diretos, de alta qualificação e alta remuneração, voltaram a ser depósitos de sucata”, denunciou.
Ao falar de suas prioridades para o Rio de Janeiro, Brizola concentrou suas propostas na resolução do desemprego que atinge a cidade de forma aguda. “O Rio de Janeiro precisa urgentemente retomar o desenvolvimento econômico, gerando emprego e renda para a população carioca. Aqui temos as maiores taxas de desemprego das capitais no Brasil, muito acima da média nacional, quase 500 mil desempregados e quase 1 milhão de pessoas na informalidade”, destacou.
“A recuperação da economia também é fundamental para enfrentar a grave crise fiscal da Prefeitura para que ela volte a investir na melhoria dos serviços públicos especialmente em saúde e educação”, concluiu Brizola Neto.
Ao final da conferência municipal, o presidente eleito Rodrigo Weisz (Digão) reafirmou a unidade e a combatividade dos militantes cariocas. Digão conclamou os militantes a se empenharem para construir a chapa para as eleições de 2020 e lançar a candidatura de Brizola Neto na cidade do Rio.
Ele destacou que, com isso, além de realizar os enfrentamentos necessários para a cidade, os membros do PCdoB ajudam a fazer crescer o partido para superar o grande desafio em 2022 que será ultrapassar a cláusula de barreira e ajudar a construir um Brasil próspero, democrático e solidário.
Assista ao discurso de Brizola Neto
Com informações do site do PCdoB