Bolsonaro nomeia advogado das rachadinhas do ’01’ para cargo no Ministério da Justiça

Dentre os clientes de Rodrigo Roca estão Flávio Bolsonaro, Sérgio Cabral, e a viúva de Ustra - Fotos: Reprodução

O governo de Jair Bolsonaro nomeou Rodrigo Roca, um dos advogados do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho ’01’ de Bolsonaro, no caso das “rachadinhas”, como novo Secretário Nacional do Consumidor (Senacon).

A nomeação foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira (9). A Senacon é responsável, segundo o Ministério da Justiça, pela “elaboração, coordenação e execução da Política Nacional das Relações de Consumo”.

Roca constava da relação de advogados de Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”. A rachadinha é o nome dado ao esquema em que um parlamentar fica com parte dos salários dos funcionários que atuam no gabinete dele.

O senador foi apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como chefe de uma organização criminosa que teria atuado em seu gabinete no período em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro, entre 2003 e 2018.

Segundo a investigação, o esquema supostamente liderado por Flávio Bolsonaro teria movimentado cerca de R$ 2,3 milhões e o dinheiro era lavado com aplicação em uma loja de chocolates no Rio da qual o senador é sócio e em imóveis.

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubaram quebras de sigilos e anularam relatórios que embasaram as acusações do Ministério Público contra Flávio Bolsonaro.

Com isso, a investigação tem que recomeçar praticamente do zero e só pode ser retomada com novas provas. O Ministério Público do Rio informou que um procedimento sobre o senador tramita em sigilo.

CASOS

Rodrigo Roca também foi advogado do ex-governador do Rio Sérgio Cabral até 2018. Cabral foi condenado a mais de 200 anos de prisão na Lava Jato.

Rodrigo Roca também representou o general José Antônio Nogueira Belham, em 2014, no processo contra cinco militares reformados do Exército pelo homicídio e ocultação de cadáver do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar.

De acordo com as investigações do MPF-RJ, a tortura e o assassinato de Rubens Paiva aconteceram dentro do Destacamento de Operações de Informações (DOI). Belham era ex-mandante do DOI.

Roca representou, ainda, Maria Joselita Brilhante Ustra, viúva do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), um dos ídolos de Bolsonaro.

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