
O Brasil se uniu ao Chile, Colômbia, Uruguai e Bolívia e virou o jogo na disputa pela Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), afastando as possibilidades de vitória do candidato apoiado pelos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei.
O apoio do grupo permitiu que outros países, como México, Canadá e Equador, também aderissem à candidatura do chanceler de Suriname, Albert Ramdin.
Os assessores de Ramdin informam que ele já conta com o apoio de 28 países, o que torna sua vitória no dia 10 de março, quando ocorrerá a eleição, provável.
O fortalecimento de Albert Ramdin fez com que o Paraguai retirasse a candidatura de seu chanceler, Rubén Ramirez Lezcano. Os apoios dos Estados Unidos, Argentina e El Salvador não são suficientes.
Lezcano chegou a se reunir com Donald Trump e Elon Musk, o bilionário dono da Tesla e do X (antigo Twitter), para discutir sua candidatura. Ele deu declarações anti-China, defendendo a “soberania” de Taiwan, e alinhadas à política contra a imigração pregada pelo governo dos EUA.
As informações são de Jamil Chade, colunista do UOL.
A OEA foi fundada em 1948 e é um órgão de grande interferência da política dos Estados Unidos. O país é responsável por 60% do financiamento da OEA e ameaça cortar o dinheiro quando seus interesses não são defendidos.
Isso ocorreu em 2024, quando parlamentares do Partido Republicano, o mesmo de Donald Trump, ameaçaram cortar o financiamento dos EUA à OEA caso a Organização não aderisse à linha golpista no Brasil e não criticasse as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra as empresas de Elon Musk que cometeram crimes no país.
A OEA esteve envolvida na sabotagem, através de sanções, contra Cuba ao expulsar o país de seus quadros de membros em 1962, ano em que houve a chamada “Crise dos Mísseis”, e impor sanções contra a ilha. Cuba só foi reintegrada à OEA em 2009.
A OEA também apoiou uma intervenção militar contra a Guatemala em 1954. O governo dos Estados Unidos fez com que os outros integrantes da OEA aprovassem uma intervenção contra o governo guatemalteco, após o presidente Jacobo Árbenz promulgar uma reforma agrária que contrariou a multinacional norte-americana United Fruit Company.
Uma operação organizada pela CIA derrubou o governo legítimo de Arbénz.