O principal ponto acordado entre os dois países é que a Rússia não pode ficar de fora de negociações para resolver o conflito. Brasil indicou que não deve participar da conferência na Suíça porque a Rússia não foi convidada
Os governos do Brasil e da China apresentaram na quinta-feira (23) uma proposta conjunta para as negociações de paz com a participação de Rússia e Ucrânia. A proposta, a primeira deste tipo que a China assina com um terceiro país sobre o tema, foi assinada após reunião em Pequim do assessor especial Celso Amorim com o chanceler da China, Wang Yi.
O principal ponto acordado é que a Rússia não pode ficar de fora de negociações para resolver o conflito. Uma conferência será realizada no próximo mês na Suíça sobre a guerra, mas o Brasil indicou que não deve participar porque a Rússia não foi convidada. A China tem mantido uma postura de defesa do diálogo.
No documento, Brasil e China apelam às partes em conflito que respeitem três princípios para permitir a abertura de negociações: “Expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte.”
A assessoria de Amorim divulgou nota afirmando que “as duas partes tiveram uma troca de opiniões aprofundada sobre a defesa de uma solução política para a crise na Ucrânia“. A nota enfatizou que “o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise”. Rejeitam, ainda, o uso de armas de destruição em massa e afirmam que todos os esforços devem ser feitos para evitar uma crise nuclear.
Amorim chegou na quarta a Pequim para uma visita oficial a convite do governo chinês. A viagem vai até o dia 29 e incluirá, além da capital, as cidades de Xian e Xangai.
Nesta sexta, ele visitará em Pequim a gigante de tecnologia Baidu para conhecer seu projeto de inteligência artificial. Em Xian, Amorim irá a uma instalação da fabricante de carros elétricos BYD. E em Xangai está prevista uma visita ao Banco dos Brics.