Saques superam depósitos pelo 4º ano seguido, aponta BC
O movimento dos recursos da poupança em 2024 repete o quarto ano seguido de maiores saques do que depósitos. Os brasileiros retiraram R$ 15,5 bilhões no saldo no ano passado. O saldo é o resultado entre os depósitos de R$ 4,197 trilhões e saques de 4,213 trilhões durante o ano. Os dados foram divulgados pelo Banco Central na quarta-feira (8).
Por conta da rentabilidade creditada aos poupadores o estoque de recursos da Poupança ainda subiu de R$ 983,0 bilhões em 2023 para R$ 1,032 trilhão em 2024, um crescimento de 5,0% ou R$ 48,8 bilhões.
A rentabilidade atual, com a taxa Selic acima de 8,5% ao ano – hoje em 12,25% ao ano -, considera a taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês.
Em 2024, o resultado negativo foi melhor do que o dos anos anteriores. Em 2023, o resultado, ainda segundo o BC, ficou negativo em R$ 87,81 trilhões, enquanto que, em 2022, ficou negativo em R$ 103,24 e do mesmo modo negativo em R$ 35,5 trilhões em 2021.
Então, o saldo do estoque final, a cada ano, das cadernetas de poupança tem ficado em torno do trilhão de reais, basicamente pelos rendimentos pagos aos poupadores e não pelo maior número de depósitos. Situação indicativa da incapacidade da população de baixa renda, responsável pelo maior volume de movimento do sistema, em poupar, espremida pelos compromissos básicos o dia a dia.
O mês de dezembro último apresentou uma situação mais favorável, normalmente por conta do 13º. Salário. O relatório mostra que os depósitos da caderneta de poupança superaram os saques. Foram aplicados R$ 400,14 bilhões. As retiradas somaram R$ 395,18 bilhões. Com isso, a captação líquida da aplicação fechou o mês em R$ 4,96 bilhões e o rendimento foi de R$ 5,6 bilhões.