Jair Bolsonaro voltou a disparar críticas infundadas contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em entrevista ao site bolsonarista Gazeta Brasil, na quarta-feira (12), o presidente afirmou que a agência não apresentou um antídoto para supostos efeitos colaterais da vacina contra a Covid-19 destinada a crianças entre 5 a 11 anos.
“A Anvisa não disse qual o antídoto para possíveis efeitos colaterais. Por que eu falo possíveis? Alguns já existem por aí. Você não comprovou, mas já existem”, alegou.
No entanto, não há por parte das autoridades médicas e científicas qualquer recomendação nesse sentido.
A imunização de crianças contra a doença foi autorizada pela Anvisa em dezembro, após parecer de técnicos especialistas e embasamento de sociedades médicas.
Bolsonaro também afirmou que o número de mortes de crianças por Covid-19 no país não justifica a imunização deste público.
Segundo ele, é “quase zero, um número muito pequeno” de crianças que morreu por Covid no país. “E esse número pequeno ainda tinha o fato de criança com comorbidade”, completou.
O Ministério da Saúde, entretanto, registrou que, de março de 2020 a dezembro de 2021, 311 crianças de 5 a 11 anos morreram em decorrência da doença no Brasil.
Porém, as declarações do chefe do executivo demonstram a intenção deliberada de continuar atacando e desacreditando as vacinas, no momento em que cresce aceleradamente a curva das contaminações pela Covid-19 em razão da disseminação da ômicron.
Como órgão regulador, a Anvisa não é responsável pela produção de antídoto, vacina ou medicamento. Esse papel cabe ao Ministério da Saúde através de seus laboratórios.
O papel da agência é definir a regulamentação do setor e avaliar os processos e dados recebidos, do ponto de vista de sua comprovação de qualidade, eficácia e segurança.