Em dezembro de 2024, a aprovação era de 35%, a rejeição 34% e a avaliação enquanto “regular” era 29%. Desaprovação agora subiu para 41%
A aprovação do governo Lula caiu onze pontos percentuais em dois meses, chegando a 24%, e foi ultrapassada pela rejeição, que subiu para 41%, mostra a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14). Essa é a pior avaliação de Lula em todos os seus governos.
Desde dezembro, quando a última pesquisa foi realizada, o governo passou por uma crise política envolvendo a fiscalização sobre transferências via PIX acima de R$ 5 mil, tendo que recuar e anular a medida tomada, e tem enfrentado o aumento no preço dos alimentos.
Além disso, os juros altos do Banco Central, presidido por Gabriel Galípolo, com a taxa Selic em 13,25%, desestimulam a economia. Em 2024, quase R$ 1 trilhão (R$ 950 bi) de juros foram pagos aos rentistas.
Outro problema é a obsessão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelo déficit zero, que fez o governo baixar um pacote com cortes em programas voltados aos pobres para economizar bilhões e pagar juros aos já bilionários.
A pesquisa Datafolha confirma a tendência negativa para o governo Lula, apurada pela Quaest divulgada no fim de janeiro.
Hoje, o governo Lula tem a aprovação de 24% da população, enquanto é rejeitado por 41%. 32% avaliam como “regular”.
Em dezembro de 2024, a aprovação era de 35%, a rejeição 34% e a avaliação enquanto “regular” era 29%.
Entre aqueles que recebem até 2 salários mínimos, que representam 51% da população brasileira, a queda da aprovação do governo foi de 15 pontos percentuais, saindo de 44% em dezembro para 29% em fevereiro.
Na região Nordeste, onde Lula teve uma vantagem decisiva contra Bolsonaro em 2022, a avaliação positiva foi de 49% para 33%, significando uma queda de 16 pontos.
Já no caso daqueles que votaram em Lula no segundo turno contra Bolsonaro em 2022, Lula a avaliação positiva caiu de 66% para 46%. A avaliação negativa dentro desse grupo subiu de 7% para 13%, enquanto os que pensam que o governo é “regular” são 40%.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.007 eleitores em 113 cidades.
O presidente Lula já externou sua preocupação com o aumento do preço dos alimentos, pedindo ações dos Ministérios. Somente em dezembro de 2024, o preço dos alimentos subiu 1,18%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, o aumento foi de 0,96%.
No acumulado do ano de 2024, o preço da alimentação no domicílio subiu 8,23%. No primeiro ano de governo, em 2023, Lula conseguiu uma deflação, fazendo com que os alimentos ficassem 0,52% mais baratos.
