O Fórum das Centrais Sindicais convocou a CONCLAT (Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras) para os dias 11 e 12 de Abril. A Conferência dará prioridade à discussão das saídas para a crise em que o país está mergulhado há 8 anos, desde 2014. O objetivo é entregar para os candidatos à presidência da República uma agenda da classe trabalhadora e, desta forma, levar para o conjunto da sociedade as propostas do movimento sindical.
Para Adilson Araújo, presidente da CTB, “é preciso unir o movimento sindical em torno de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho e distribuição de renda”. “O Brasil precisa de um governo que retome investimentos e viabilize um crescimento sustentado da economia”. “A Agenda da Classe Trabalhadora será nosso guia para as eleições 2022”, afirmou.
O Brasil atravessa a pior crise de sua história. São 30 milhões de trabalhadores desempregados e subempregados. O PIB (Produto Interno Bruto), a soma de tudo o que é produzido no país, caiu 10% de 2014 para cá. O país se desindustrializou. A indústria de transformação tem menos de 10% do PIB. Já foi quase 30% no início dos anos 80. O Brasil cresceu durante 50 anos, de 1930 a 1980, 7% ao ano. Hoje, a média dos últimos 40 anos é de 2%.
Como ampliar o investimento público na produção? Como aquecer o mercado interno? Como proteger os direitos dos trabalhadores? Ou, como fortalecer os sindicatos? São as questões que serão debatidas nos 27 estados, em conferências regionais. O formato dos encontros regionais e nacional ainda será discutido.
A histórica 1ª CONCLAT foi realizada em 1981, desafiando a ditadura militar e no fogo da batalha contra o arrocho salarial, animada por centenas de greves em todo território nacional. A 1ª CONCLAT reuniu mais de 5 mil delegados nas colônias de férias dos sindicatos, em Praia Grande, São Paulo e precedeu a greve geral do dia 21 de julho de 1983.
A agenda construída na Conferência será divulgada no 1º de Maio Unitário. As centrais também vão distribuir materiais nos locais de trabalho e nas periferias para promover as propostas do movimento sindical, rumo às eleições gerais de 2 e 30 de outubro.
CARLOS PEREIRA