Com a decisão de reservar R$ 5,7 bilhões para distribuir a candidatos nas eleições de 2022, aprovada pelo Congresso Nacional na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Brasil pode se colocar na condição de líder mundial no uso de dinheiro público para o financiamento de campanhas.
Um estudo do Movimento Transparência Partidária, abrangendo dados de 25 das principais nações do mundo, mostra que o país será, disparado, o campeão desse tipo de gasto – tanto nominalmente (em dólar), quanto proporcionalmente ao seu Produto Interno Bruto (PIB).
Somado ao Fundo Partidário (R$ 1 bilhão), o Orçamento da União deve destinar R$ 6,7 bilhões no próximo ano, o que representa 0,09% do seu PIB.
De acordo com o estudo, esse valor (equivalente a US$ 1,3 bilhão) deixa bem para trás os três países da América do Norte – Estados Unidos (US$ 20 milhões), cujo modelo é baseado no financiamento de candidaturas pelo setor privado e doações de pessoas físicas, México (US$ 307 milhões) e Canadá (US$ 25 milhões).
O mesmo ocorre em relação a países da América do Sul (Argentina com US$ 13 milhões e Chile com US$ 23 milhões) e vários da Europa, como Alemanha (US$ 202 milhões) e França (US$ 79 milhões).
O valor do fundo eleitoral previsto pela LDO para o ano que vem representa quase o triplo do que foi usado no pleito municipal de 2020 (R$ 2 bilhões) e nas eleições gerais de 2018 (R$ 1,7 bilhão).