Milhares de estudantes aprovaram, durante a plenária final do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), a convocação de novos protestos contra os cortes orçamentários realizados pelo governo Bolsonaro na Educação. O 57º Congresso da UNE reuniu estudantes de universidades de todo o país em Brasília.
Foi aprovada a convocação de novos protestos para o dia 13 de agosto, por todo o Brasil, estudantes irão às ruas contra os cortes na educação, a reforma da previdência e por mais bolsas de pesquisa e investimento.
“Saindo desse ginásio precisamos estar unificados nas ruas para derrotar Bolsonaro. Só a luta e os estudantes mobilizados conseguirão derrotar este governo. É tarefa de cada um de nós passar em muita sala de aula porque quando a gente se une a gente derrota aqueles que são os inimigos do povo”, conclamou Iago Montalvão, estudante de Economia da Universidade de São Paulo (USP), eleito novo presidente da entidade, realizada no Ginásio do estádio Mané Garrincha, na capital federal.
Candidato da chapa “Tsunami da Educação”, Iago obteve 4053 votos, 70,92% dos votos válidos, e assumirá a presidência da UNE pelos próximos dois anos.
Seis chapas foram inscritas. Em segundo lugar veio a chapa 5 – “Oposição unificada para derrotar o governo Bolsonaro”, com 1228 dos votos (21,49%). Em terceiro a chapa 4 – “Socialistas”, com 234 votos (4,09%). Em quarto lugar ficou a chapa 1 – UNE para tempos de guerra, com 200 votos (3,5%). As chapas 2 – “São eles ou nós: que os capitalistas paguem pela crise” e 3 – “Juventude que batalha”, retiraram suas candidaturas. Brancos e nulos somaram 12 votos. O total de votos válidos foi de 5715.
A plenária final também jogou peso na luta da UNE pela educação e na resistência do movimento estudantil diante dos retrocessos. A “Carta de Brasília”, aprovada pelos estudantes presentes, diz que “a educação pra além de ser um setor essencial para a formação do nosso povo e a superação de desigualdades, deve ser também a principal ferramenta para tirar nosso país da crise. Por isso seguiremos nas ruas, no terceiro dia nacional em defesa da educação em 13 de agosto, contra o governo Bolsonaro e seus ataques, lutando por mais investimentos e pela valorização das nossas universidades, escolas, da Ciência e Tecnologia, por mais emprego e aposentadoria digna”.
Os ataques à educação motivaram os primeiros grandes atos contra o governo Bolsonaro. Nos dias 15 e 30 de maio, milhares de estudantes foram às ruas de todo o país em repúdio aos cortes.
Segundo os reitores das universidades federais, os cortes realizados por Bolsonaro inviabilizam as instituições federais de ensino. De acordo com Denise Carvalho, recém empossada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a situação é grave.
“Das instituições federais a UFRJ é a que está em situação mais grave. Não temos dinheiro para honrar contratos vigentes. As outras conseguem se manter até julho, o dinheiro da UFRJ acabou em abril. A luz não é paga desde janeiro, a água há 24 meses e serviços de segurança e limpeza também estão com atraso. Sem luz, os hospitais e laboratórios param e há o risco de perda de estudos não laboratórios de mais de uma década. Vamos buscar uma solução porque não podemos deixar a universidade parar”, disse Denise.
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