“Aqui não é delegacia de polícia. Vossa excelência se mantenha calado”, disparou Otto ao senador bolsonarista que tumultuava a sessão
A sessão de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga a tentativa frustrada de golpe dos bolsonaristas de 8 de janeiro e a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, já iniciou com uma bronca do senador Otto Alencar (PSD) ao senador Marcos do Val (Podemos).
“Vossa excelência está sendo antiético, interrompendo o seu colega. Ninguém interrompeu vossa excelência. Eu sei da sua procedência na polícia, mas aqui é Senado. Aqui não é delegacia de polícia. Vossa excelência se mantenha calado”, disparou Otto a Marcos do Val que havia se engalfinhado com o senador Eduardo Girão (Novo).
A reunião de instalação da CPI do Golpe é presidida inicialmente pelo senador Otto Alencar (PSD), parlamentar de maior idade entre os integrantes. Logo no início, o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA) foi eleito presidente da CPI. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) ficou com a relatoria. O senador Cid Gomes (PDT-CE) virou o vice-presidente.
A senadora Eliziane Gama fez seu primeiro discurso reforçando a importância da participação feminina. Ela lembrou que as mulheres não tinham nenhuma vaga no começo da CPI da Covid e hoje ocupam a relatoria de uma comissão de muita visibilidade.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que já começou tentando tumultuar os trabalhos, reclamou da indicação de Eliziane Gama para a relatoria. Ele disse que ela não tem imparcialidade porque mantém amizade de longa data com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), maranhense como ela.
A instalação da CPMI reunirá os 32 parlamentares titulares, 16 senadores e 16 deputados e os 32 suplentes, também divididos igualmente de acordo com cada casa legislativa. O inquérito terá um prazo de 180 dias para apurar os crimes ocorridos na invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal federal (STF).
Os ataques culminaram na prisão de mais de mil bolsonaristas, inclusive a do ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. No exercício do cargo, ele desmontou a estrutura de Segurança do DF e tirou férias e, quando houve os atos, ele estava nos Estados Unidos. Ele é investigado por participação na tentativa de golpe de Estado.
Veja quem são os integrantes da CPI do Golpe:
Senadores
Ana Paula Lobato (PSB-MA)
Cid Gomes (PDT-CE)
Damares Alves (Republicanos-DF)
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)
Eduardo Girão (Novo-CE)
Eliziane Gama (PSD-MA)
Esperidião Amin (PP-SC)
Fabiano Contarato (PT-ES)
Magno Malta (PL-ES)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Marcos do Val (Podemos-ES)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Soraya Thronicke (União Brasil-MS)
Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
Deputados federais
Aluisio Mendes (Republicanos-MA)
Amanda Gentil (PP-MA)
André Fernandes (PL-CE)
Arthur Maia (União Brasil-BA)
Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Alexandre Ramagem (PL-RJ)
Duarte (PSB-MA)
Duda Salabert (PDT-MG)
Erika Hilton (PSOL-SP)
Filipe Barros (PL-PR)
Jandira Feghali (PC do B-RJ)
Paulo Magalhães (PSD-BA)
Rafael Brito (MDB-AL)
Rodrigo Gambale (Podemos-SP)
Rogério Correia (PT-MG)
Rubens Pereira Júnior (PT-MA)
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