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Em pesquisa divulgada nessa quarta feira (20), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 22,2% dos domicílios brasileiros não tinham nenhum morador desempenhando atividade remunerada no mercado de trabalho, no último trimestre de 2018. No quarto trimestre de 2017, o índice era de 21,5%. Isso se deve à “manutenção de uma taxa de desemprego alta e persistente, principalmente entre os menos escolarizados”, diz a pesquisa.
O estudo baseou-se na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “De acordo com os dados da Pnad Contínua, no último trimestre de 2018, 26% dos desempregados estavam procurando uma ocupação há mais de dois anos”.
A pesquisa destacou ainda um aumento da desigualdade social, evidenciada pela concentração de renda, cujos efeitos se demonstram a partir do quarto trimestre de 2014, onde “a média da renda domiciliar do trabalho para a faixa de renda alta era 27,8 vezes maior que a média da renda da faixa de renda muito baixa. Já no último trimestre de 2018, a média da renda domiciliar da faixa mais alta era 30,3 vezes maior”.
A pesquisa registrou ainda que os postos de trabalho com carteira assinada tiveram “uma retração de 1,1%” e que a “queda de empregos formais voltou a acelerar nos últimos dois trimestres móveis.”.
“De acordo com o IBGE, no último trimestre móvel, encerrado em janeiro, embora a população ocupada tenha se expandido 0,9%, na comparação interanual, esta ocorreu, sobretudo, pelo aumento do contingente de trabalhadores por conta própria [informal] (3,1%) e pelos empregados no setor privado sem carteira assinada (2,9%)”, destacou o Ipea.
“Adicionalmente, nota-se que quase um quarto dos empregos formais criados (de acordo com o Caged) foram baseados em contratos de trabalho parcial ou intermitente. Ainda dentro deste contexto, os dados de desalento e subocupação ajudam a corroborar o atual estado ainda ruim do mercado de trabalho”, ressaltou o estudo do Ipea.
Deste modo, a promessa de recuperação dos postos de trabalho após a reforma trabalhista, aprovada ainda no governo Temer sob o argumento da necessidade de se flexibilizar a legislação trabalhista para garantir a geração de empregos, mostra-se a cada dia mais falaciosa, pois o pouco de emprego gerado foi no campo da informalidade, modalidade que impõe ao trabalhador geralmente condições mais precárias de trabalho e sem o amparo legal do Estado para assegurar seus direitos.