
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) repudiou a proposta do governo de permitir que as empresas possam cortar 50% da jornada de trabalho, com redução proporcional dos salários, anunciada nesta quarta-feira (18).
Para o presidente da Central, Adilson Araújo, trata-se de mais uma iniciativa oportunista do ministro Paulo Guedes, que procura tirar proveito da crise para avançar na empreitada de destruição do Direito do Trabalho e do movimento sindical, atropelando as convenções e acordos coletivos. “Este não é o caminho para enfrentar a crise”.
“O documento unitário que as centrais sindicais acabaram de anunciar elenca uma série de medidas que julgamos indispensáveis para abordar o problema preservando as garantias da CLT e as competências dos sindicatos. O que o governo propõe é o arbítrio patronal absoluto, sem a intermediação dos representantes da classe trabalhadora”, ressaltou.
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As centrais sindicais elaboraram um documento com propostas de medidas para o enfrentamento da pandemia e da crise econômica agradava por ela, com “um amplo conjunto de medidas de proteção à vida, à saúde, ao emprego e à renda dos trabalhadores e trabalhadoras, começando pela revogação da EC 95 e ampliação dos investimentos públicos, fortalecimento do SUS, garantia de estabilidade para os trabalhadores, prorrogação do seguro-desemprego, entre outras”, diz em nota a CTB.
Adilson enfatiza que as medidas anunciadas pelo governo Bolsonaro estão longe de resolver o problema e penalizam o trabalhador, enquanto medidas de amparo financeiro são anunciadas apenas para dar suporte às empresas, esquecendo seus funcionários. “Este não é o caminho para enfrentar a crise”, completou.