“Falar para os brasileiros vestirem verde e amarelo [no 7 de Setembro], quando tem como projeto entregar a soberania, não tem nenhum sentido. Não cola”, diz o líder do PCdoB
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), afirmou que o momento político pede união, para impedir que Bolsonaro continue destruindo o país.
“Em poucos momentos da história, a soberania nacional esteve tão ameaçada. O atual governo tenta conduzir o Brasil a um processo de submissão, de aceitar tudo aquilo que os Estados Unidos determinam”, disse.
O parlamentar avaliou que a fala de Bolsonaro na terça-feira (3), quando ele pediu que a população compareça às festividades do 7 de Setembro vestida de verde e amarelo para “mostrar ao mundo” que a “Amazônia é nossa”, se contrapõe à prática do governo.
“Falar para os brasileiros vestirem verde e amarelo, quando tem como projeto entregar a soberania, não tem nenhum sentido. Não cola. Essa palavra de ordem que ele tenta levantar não cola com o comportamento e a ação dele”, afirmou.
O líder avaliou que Jair Bolsonaro pode se dar mal, como Fernando Collor em 1992. Naquele ano, o então presidente convocou a população brasileira para sair às ruas de verde e amarelo no dia 7 de setembro. Mas o povo vestiu preto e cobrou seu impeachment.
“Isso a gente já viu lá atrás. Um presidente que fez políticas contra o Brasil, uma onda de privatização que levou o país a uma situação de caos, fez esse chamamento também. E o povo pintou a cara de verde e amarelo e foi para as ruas de preto”, lembrou.
Daniel Almeida observou que, enquanto o Brasil afunda em uma crise sem precedentes, os EUA adotam uma postura altamente ofensiva ao país, ao mesmo tempo em que “nunca um governo brasileiro se abriu tanto ao que o império determina”.
“Assim, estão entregando a nossa Amazônia para a ação dos garimpos, as queimadas e o agronegócio. Estão vendendo nossas estatais. Vendendo não, entregando as nossas estatais na contramão de tudo que está acontecendo no mundo”, ressaltou.
Ele também mencionou a derrocada da economia e os ataques aos trabalhadores. “A economia está estagnada, não cresce. Os trabalhadores sendo solapados, violentados com perda de direitos, com o trabalho intermitente, que leva à precarização cada vez maior, com a reforma da Previdência. O índice de acidentes do trabalho só cresce”, assinalou.
“Cortes na educação da forma que estão sendo feitos comprometem o futuro do país. Quando você não investe em pesquisa, em tecnologia e tira bolsa de quem está saindo da formação inicial para construir em favor do Brasil. É contra isso e em defesa da soberania que nós estamos aqui”, disse Daniel Almeida, durante ato suprapartidário na quarta-feira (4), que culminou no lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.
W. F.