Um dos setores que estão sofrendo com demissões massivas devido à crise do coronavírus é a indústria calçadista. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Calçadista (Abicalçados) já são cerca de 11 mil trabalhadores demitidos em todo o país desde meados de março.
Só no estado do Rio Grande do Sul, já são 3 mil demissões contabilizadas. Outra parte significativa dos trabalhadores gaúchos do setor está em férias coletivas, segundo o presidente da Federação dos Sapateiros-RS (Federação Democrática dos Trabalhadores da Indústria do Calçado dos Trabalhadores da Indústria do Calçado), João Batista Xavier da Silva.
Por essa razão, há ainda o temor de que haja mais demissões quando os trabalhadores voltarem das férias coletivas, devido à queda acentuada nas vendas de calçados.
“Algumas fábricas pequenas, que forneciam para as maiores, fecharam e não vão abrir mais. A grande empresa retirou produção externa e manteve apenas a interna”, diz o sindicalista.
Atualmente, existem 10 polos calçadistas no Brasil, que empregam cerca de 270 mil trabalhadores, localizados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. São eles: Birigui (SP); Cariri (CE); Franca (SP); Jaú (SP); Juazeiro do Norte (CE); Nova Serrana (MG); Novo Hamburgo (RS); Sapucaia do Sul (RS); São Leopoldo (RS) e Santa Rita (RS).
“Entendemos que as empresas precisam retornar ao trabalho como forma de sobrevivência, de manutenção dos empregos e de redução dos impactos econômicos. Porém, ao mesmo tempo, há a necessidade de preservação da saúde dos nossos trabalhadores. Neste cenário, estamos trabalhando para que, quando for possível, tenhamos um retorno seguro das atividades do setor calçadista nacional”, disse o presidente da Abicalçado, Haroldo Ferreira, em nota.