Após o depoimento de uma nova testemunha, a juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, decretou a prisão preventiva do ex-secretário de Transportes e Logística do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e ex-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Laurence Casagrande.
De acordo com o parecer da juíza, após o depoimento “que trabalhou como secretária pessoal de Laurence Casagrande por sete anos até sua exoneração em 2018”, dizer que recebeu ordens para “triturar documentos” a mando do ex-secretário foi o motivo da alteração da pena de prisão temporária para preventiva.
“O ex-chefe da pasta, que chegou a presidir a Dersa, é alvo da Operação Pedra no Caminho, investigação sobre desvios de R$ 600 milhões do Rodoanel Norte”. A magistrada ordenou também a custódia por tempo indeterminado do ex-diretor da Dersa Pedro da Silva.
Ainda de acordo com a juíza, Pedro da Silva “figurou como um dos principais e mais influentes integrantes da organização criminosa no cargo de diretor de Engenharia da Dersa, somente subordinado a Laurence Casagrande”. A magistrada ainda justifica a prisão preventiva. “Não obstante a ciência sobre as investigações em curso, conforme divulgadas pela imprensa antes da deflagração das medidas de busca e apreensão e prisões, os investigados não se afastaram de cargos e funções públicas, sendo Laurence, até o dia do cumprimento das medidas, presidente da Cia Energética de São Paulo”.
No entendimento da juíza, as investigações “revelam que a liberdade dos investigados ocasiona iminente risco à atividade probatória, considerando a evidente probabilidade de, em liberdade, destruírem provas, coagirem testemunhas, obstruírem a investigação, alienarem bens produtos do ilícito e praticarem outros delitos, além da possibilidade de fuga, justificando-se, portanto, a prisão cautelar para a garantia da ordem pública e da ordem econômica, bem como, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal”, concluiu a magistrada.