Dimas Covas vê nova variante com preocupação e diz que Butantan estuda doar CoronaVac a países africanos

Dimas Covas, presidente da instituição - Foto: Governo de SP

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, avaliou, durante entrevista à coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, que o Brasil deverá receber a nova variante da Covid-19, nomeada de Ômicron. 

Segundo Covas, é possível que a variante identificada inicialmente na África do Sul, já esteja circulando no país. “Resta saber se será contida”, afirmou o presidente do Instituto Butantan.

Covas lista medidas necessárias para conter a variante que ainda não foram tomadas ou que demoraram a ser implementadas, como o bloqueio de transmissão com ações não farmacológicas e vacinação em massa na África.

“O Brasil e os demais países dependem de medidas locais e regionais”, diz Covas, que também pede controle de entrada e quarentena dos que viajam da África para o Brasil. “Também não vejo isso sendo adotado”, criticou.

Covas ainda destacou que o Instituto estuda fazer doações de vacinas CoronaVac a países africanos para apoiar a vacinação no continente, que está com menor índice de imunização mundial. 

Segundo a OMS, a vacinação é a única maneira eficiente de barrar a proliferação de variantes.

MEDIDAS

O ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira afirmou que o Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África a partir da próxima segunda-feira (29). A restrição atingirá os passageiros oriundos de: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

A decisão foi tomada em conjunto e será assinada pela Casa Civil, Ministério da Infraestrutura, Ministério da Saúde e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Até o momento, não há registros da variante no Brasil. Porém, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou na sexta-feira que há a possibilidade de a variante Ômicron já estar circulando no país.

O Ministério da Saúde emitiu, nesta sexta-feira, um alerta de risco para a variante ômicron. O documento, elaborado pela Rede CIEVS (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde), orienta notificação imediata de casos suspeitos da nova cepa à pasta.

No entanto, na última quarta-feira, Bolsonaro disse que prefere abrir as fronteiras. “Na minha parte, não decido, não mando na Anvisa, (mas) a gente não teria fronteira fechada”, disse Bolsonaro.

“Tem a questão da economia, turismo, um montão de coisas. E o vírus, já falei para vocês, tem de conviver com ele”, afirmou ainda.

Na sexta, quando um apoiador que visitava o Palácio da Alvorada, em Brasília, disse que o governo poderia barrar a entrada de turistas europeus em aeroportos brasileiros devido ao avanço da covid-19 em alguns países. “Não vai vedar, rapaz, que loucura é essa? Fechou aeroporto, e o vírus não vai entrar? Já está aqui dentro, não existe isso”, disse. E completou: “Tem que aprender a conviver com o vírus”.

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