O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a criticar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por conta das alterações do ministério nos critérios de distribuição de vacinas contra a Covid-19.
“Quero lamentar a posição do ministro Marcelo Queiroga. Infelizmente ele foi contaminado com o Bolsonarovírus, perdeu a razão, perdeu o sentido, perdeu aquilo que ele aprendeu e pelo qual fez um juramento: defender a vida. Lamentavelmente, hoje, ele defende o Bolsonarismo, que nega a vida”, disse.
Segundo autoridades estaduais, a adoção desses novos critérios de distribuição das vacinas já retirou do Estado, “de forma imediata e descabida”, 228 mil doses da vacina da Pfizer.
A mudança levou o governo de São Paulo a acionar o Supremo Tribunal Federal contra a União, para voltar a receber a quantidade de vacinas destinada ao Estado antes da modificação no repasse dos imunizantes feita no começo de agosto. A ação foi protocolada na última sexta-feira (13) e tem como relator o ministro Ricardo Lewandowski.
O secretário de Saúde, Jean Gorintcheyn, acusa o Ministério da Saúde de mudar a metodologia de entregas de doses de forma abrupta. Ele explicou que só recebeu a nova metodologia de forma detalhada na última quinta (12), mais de uma semana após o envio reduzido de vacinas da Pfizer.
A nova metodologia adotada pelo ministério teria como base o número de doses já aplicadas por cada Estado, para que aqueles que aplicaram menos recebam mais a partir de agora. A metodologia anterior levava em conta a população de cada Estado, e como São Paulo é o maior do país em termos demográficos, sempre uma porcentagem maior, cerca de 22% do quantitativo do Programa Nacional de Imunização (PNI).
O Estado quer um período mínimo de transição para a aplicação dos novos critérios de distribuição dos imunizantes entre Estados e municípios. Pediu ainda ao Supremo para determinar que a mudança nos requisitos não seja válida para a segunda dose da vacina.
“São Paulo precisa de no mínimo 40 dias para que possamos distribuir vacina pros 640 municípios do Estado. O nosso Programa de Vacinação ganhou essa celeridade pelo respeito que temos à vida”, observou Gorintcheyn.