O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, afirmou que a pandemia “está fora de controle no país”, onde são registrados números recordes de internações, e assinalou que janeiro será mais difícil do que dezembro em termos de contágios e mortes. Informou ainda que o número de vacinados até agora é dez vezes menor do que o esperado.
“Estamos em uma curva ascendente, que está fora de controle, em muitos aspectos”, disse em entrevista à emissora de televisão CNN, na terça-feira (29).
“Se você olhar para a evolução do final do inverno – início da primavera de 2020, tivemos um pico, teve outro aumento no início do verão, e justo agora estamos em um aumento cuja piora, cuja inflexão é muito aguda”, analisou o principal epidemiologista da Casa Branca
O especialista acrescentou que os Estados Unidos, de longe o país mais afetado pela disseminação do SARS-CoV-2, nunca pôde dominar o curso da pandemia nem controlar a curva de contágio. Somente nessas circunstâncias é possível “controlar a expansão comunitária por meio da identificação, isolamento e acompanhamento dos contatos”, disse ele.
Fauci, que enfrentou o presidente cessante Donald Trump em várias ocasiões por conta do negacionismo e foi confirmado pelo presidente eleito Joe Biden como seu conselheiro médico chefe, recomendou continuar a fazer as coisas simples necessárias (máscaras, lavagem das mãos, distanciamento social), e àqueles que já viajaram para se reunir com suas famílias, ele pediu “não se reunir em grandes grupos de pessoas, apenas a família imediata.”
Ressaltando que janeiro será ainda pior do que dezembro advertiu: “Acho que temos que assumir que vai piorar, sabe, estamos entre 100.000-200.000 infecções por dia. Houve um período na pior parte de dezembro, quando estava acima de 200.000, que espero que não alcancemos novamente porque isso nos desequilibra : você tem casos, tem internações e, consequentemente, óbitos”, constatou.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, na quarta-feira (30) os Estados Unidos tinham mais de 19.530.000 infecções, com mais de 340.000 mortes. Isso significa que quase 6 por cento da população do país contraiu SARS-CoV-2 desde fevereiro.
