Empresário entrou com reclamação na Justiça do Distrito Federal, e iniciou processo judicial de cobrança, segundo portal Metrópoles
O ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), empresário Alexandre Santini, afirmou na Justiça que o parlamentar utilizou R$ 200 mil em espécie para abrir a loja de chocolates da Kopenhagen, que ambos possuíam em sociedade.
Essas informações, obtidas pelo portal Metrópoles, integram ação judicial movida pelo empresário contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ’01’, e estão relacionadas à alegada dívida de quase R$ 1,5 milhão.
Segundo Santini, esse montante seria decorrente de distribuição desigual nos lucros e no valor proveniente da venda da loja.
O empreendimento em questão estava localizado em shopping na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e foi alvo de quebra de sigilo bancário durante investigação do Ministério Público fluminense relacionada ao chamado escândalo das ‘rachadinhas’, no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
MP APONTA LAVAGEM DE DINHEIRO
O MP argumenta que a franquia foi usada para lavar dinheiro do esquema que seria gerido pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, na Alerj.
Durante a investigação das ‘rachadinhas’, o MP-RJ apontou que a loja foi usada para lavar R$ 1,6 milhão. Essa afirmação, porém, não apareceu na denúncia feita contra o senador, em outubro de 2020.
No entanto, a denúncia do caso foi arquivada após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) anular todas as decisões proferidas pelo juiz responsável pelo processo. Após o episódio, Flávio vendeu a loja, dando início ao imbróglio judicial.
DISPARIDADE NA DIVISÃO DOS LUCROS
Santini alega que a disparidade na divisão dos lucros com Flávio persistiu nos anos subsequentes. Entre 2015 e 2020, período de funcionamento da loja de chocolates, o parlamentar teria recebido R$ 1,7 milhão.
Apesar de o contrato estabelecer divisão igualitária do lucro entre os sócios, Santini afirma ter recebido total de R$ 630 mil, menos da metade do montante destinado ao seu ex-parceiro de negócios.
“Em que pese a administração da pessoa jurídica coubesse ao reclamante (Santini), verdade é que ele nunca teve qualquer ingerência sobre os valores a serem distribuídos que sempre foram determinados pelo reclamado (Flávio), que apontava os valores, períodos e forma de pagamento”, está escrito em outro trecho do documento.
ENTENDA O CASO
A disputa entre Santini e Flávio, revelada pelo Metrópoles, resultou em reclamação pré-processual apresentada pelo empresário à Justiça do Distrito Federal. Na petição, Santini alega ter direito a receber R$ 1,5 milhão de Flávio.
Esse cálculo se baseia nos resultados da loja. No primeiro ano de operação do negócio, em 2015, o empresário recebeu apenas R$ 23,1 mil, enquanto o senador obteve lucro total de R$ 734 mil.
“Salta aos olhos a incompatibilidade entre os valores, já que o reclamado, já no primeiro ano de funcionamento da loja, lucrou quase que a integralidade do aporte inicial feito para aquisição do empreendimento, sendo que a vultosa quantia a ele destinada, R$ 461.000 (quatrocentos e sessenta e um mil reais) foram pagos ao reclamado em dinheiro”, diz no processo.