
Uma multidão esperava o embaixador sul-africano expulso dos Estados Unidos, Ebrahim Rasool, no desembarque na cidade do Cabo, sua terra natal
Ebrahim Rasool retornou à África do Sul neste domingo, 23, após expulso por tecer críticas a Trump. Ele disse que o governo do inquilino da Casa Branca e sua militância fascista decorrem de uma mentalidade “supremacista”. Foi também declarado “persona non grata” pelo governo americano. Ao descer do avião, Rasool disse que não tem arrependimentos.
“Não foi nossa escolha voltar para casa, mas voltamos para casa sem arrependimentos,” disse Rasool. Ele já havia servido como embaixador durante a presidência de Barack Obama e foi chamado de novo na presidência de Joe Biden e depois Trump.
Para os apoiadores que o receberam no aeroporto da Cidade do Cabo, Rasool discursou de um megafone. “Uma declaração de persona non grata destina-se a me humilhar”, disse.
“Mas quando você volta para multidões como esta, e com um calor assim, isso faz com que eu use minha ‘persona non grata’ como um distintivo de dignidade,” prosseguiu
Rasool, disse que suas críticas eram para avisar à classe política e intelectual da África do Sul que os EUA estão passando por uma mudança de tradições e que será necessária uma nova forma de lidar com os americanos. “São os EUA diferentes e, portanto, nossa linguagem deve mudar.”
“Não apenas para a transacionalidade, mas também uma linguagem que pode penetrar em um grupo que identificou claramente uma comunidade branca marginal na África do Sul como seu eleitorado cercado por uma diáspora branca na Casa Branca.”
“É isso que estamos enfrentando… e, portanto, não há nada que eu diga lá que não diria em outro lugar, então eu manteria minha análise porque estávamos analisando um fenômeno político, não uma personalidade, não uma nação, então eu mantenho isso”, disse.