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O presidente do Cidadania, Roberto Freire, em entrevista ao HP, confirmou que “foi convidado” pelos presidentes do PSDB e do MDB, Bruno Araújo e Baleia Rossi, respectivamente, “para um diálogo sobre a construção de uma Federação partidária que, embora muito embrionária, pode constituir uma força política do centro democrático com grande capacidade de intervenção na realidade nacional, inclusive no processo eleitoral”.
Freire admitiu que “as conversas com o PSDB estão mais evoluídas”, mas não colocou nenhuma dificuldade caso a Federação eventualmente se amplie com a participação do MDB.
“Obviamente, se isso acontecer, os dois maiores partidos, PSDB e MDB, terão que superar eventuais conflitos que naturalmente podem surgir em função de interesses regionais legítimos”, considerou.
No caso do Cidadania, que está no comando do estado da Paraíba, não haveria nenhuma dificuldade, pois, segundo Freire, “já há um entendimento prévio, aquilo que nós chamamos de regra de ouro, pelo qual os atuais governadores que estão no mandato e pretendem se reeleger terão o apoio dos demais partidos da Federação”.
No caso da disputa presidencial, Freire considera que, havendo a possibilidade dessa construção, como os três partidos têm, cada qual, seu candidato, “deverá haver um esforço de entendimento para a construção de uma chapa unitária nacionalmente, pois, com a Federação, não há possibilidade de cada um dos partidos federados lançar sua candidatura própria”.
O presidente do Cidadania avalia que seu partido pode dar uma contribuição importante nessa construção de uma força democrática: “o Cidadania já está dialogando com o PSDB e já foi sondado pelo MDB e também pelo PDT de Ciro Gomes e até pelo Podemos, de Sergio Moro, portanto, estamos, na prática, sendo o eixo dessa construção”, avaliou.
Freire avalia que o fortalecimento do centro democrático é muito importante para o país, especialmente nesse momento em que persiste a ameaça fascista por parte do governo Bolsonaro e está em curso um projeto que está comprometendo o desenvolvimento e a soberania nacionais.
“Essa construção é estratégica, tanto do ponto de vista político como eleitoral, para a superação dessas ameaças e para criar um ambiente propício à retomada do desenvolvimento com justiça social”, considerou.
O dirigente também ressaltou a importância das federações partidárias para a democracia e o processo eleitoral do país.
“As federações permitem a confluência em torno de programas comuns e também preserva a autonomia e a independência dos partidos federados, e isso é muito importante, tanto para a eleição presidencial, como para as disputas estaduais e municipais, na medida em que esse mecanismo também contribuirá com a redução das candidaturas majoritárias em todos os níveis”.
Em relação ao rumo que o Cidadania tomará nesse processo, Freire informou que existem, internamente, três correntes.
“A primeira, que defende um alinhamento com o Podemos”, que ele considera que “perdeu força ultimamente”; “uma segunda que defende que o partido não deve aderir a nenhuma Federação, cuja fragilidade está no fato de que esse caminho poderá colocar em risco um projeto nacional, tendo em vista a cláusula de barreira, que embora tenha sido superada pelo Cidadania em 2018, agora é ainda mais rigorosa”; e, ainda, “uma terceira, que considero majoritária, que propõe uma aliança com o PSDB e, eventualmente, com outras forças que venham a se somar na construção desse centro democrático que é vital para o país”.
Segundo Freire, o Cidadania voltará a se reunir no próximo dia 15 de fevereiro para tomar uma posição definitiva sobre a questão da Federação partidária. “Certamente, sairemos desse encontro com uma solução e buscando, sempre, manter a unidade do partido em torno de seus objetivos programáticos”, finalizou.