Ex-ministro Geddel pega 14 anos de prisão pelos R$ 51 milhões escondidos em apê

Geddel Vieira Lima foi ministro de Lula e Temer e vice-presidente da Caixa no governo Dilma Rousseff. Foto: Valter Campanato - Agência Brasil

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), por lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso do apartamento com R$ 51 milhões.

Em setembro de 2017, a Polícia Federal descobriu um apartamento em Salvador no qual Geddel Vieira Lima e seus familiares, entre eles seu irmão e ex-deputado Lúcio Vieira Lima, guardavam R$ 51 milhões.

Geddel, que foi ministro da Integração Nacional de Lula, vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal no governo Dilma e ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, foi condenado a 14 anos e 10 meses de prisão e ao pagamento de R$ 1,6 milhão.

O ex-deputado Lúcio Vieira Lima foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão e ao pagamento de R$ 908 mil. Os irmãos também deverão pagar R$ 52 milhões por danos morais coletivos.

Os ministros do STF decidiram por manter a prisão preventiva de Geddel, que começou há dois anos.

A mãe dos dois, Marluce Vieira Lima, que participava do esquema criminoso, está sendo julgada pela Justiça Federal do Distrito Federal.

As investigações apontam que o dinheiro do apartamento é proveniente de desvios da Caixa Econômica Federal, como o repasse de R$ 20 milhões feito pelo doleiro Lucio Funaro, recebimento de propina da Odebrecht e apropriação de parte dos salários dos assessores.

Para o ministro do STF, Edson Fachin, “é inegável que a atuação sorrateira de agentes públicos, com o auxílio de familiares, que desviam suas atividades para a articulação de negociações espúrias voltadas para a manutenção de um instrumento apto a lhe garantir, de forma indevida, recursos, ao fim e ao cabo, pertencentes à sociedade brasileira, atinge diretamente os valores previstos constitucionalmente como essenciais para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.

Votaram pela condenação pelos dois crimes os ministros Cármen Lúcia, Edson Fachin e Celso de Mello. Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes votaram pela condenação apenas de lavagem de dinheiro.

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