Mais de 1,3 milhão de pessoas se refugiaram em Rafah, muitas das quais já estavam deslocadas de outras partes do enclave e dizem não ter para onde ir. 100 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses
“Depois de empurrar todo um povo para a fronteira com o Egito, o governo assassino de Israel dobrou a aposta no massacre [do povo] palestino”, escreveu nas redes sociais a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ).
Mais de 100 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses na cidade de Rafah, no Sul de Gaza, informou a organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS, na sigla em inglês) na manhã da última segunda-feira (12).
A cidade, perto da fronteira de Gaza com o Egito, e onde mais da metade da população de Gaza procura refúgio, sofreu “intensos ataques” de aviões de guerra e ataques aéreos, denunciou a PRCS.
NOITE DE TERROR
“Numa noite de terror, matou mais de 100 pessoas em Rafah, onde estão cerca de 1,5 milhão de refugiados”, continuou a líder do PCdoB, por meio do X, antigo Twitter.
“Em Rafah não há água, comida, remédios ou escapatória para estas pessoas, apenas morte e dor impostas por [Benjamin] Netanyahu, [primeiro ministro de Israel], com a permissão dos Estados Unidos, Reino Unido e outras nações chamadas ‘desenvolvidas’”, acrescentou Jandira.
“O mundo há de cobrar justiça pelo martírio dos palestinos”, apontou a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados.
DESPROPORÇÃO DE FORÇAS
Helicópteros também dispararam metralhadoras ao longo das regiões fronteiriças, ainda segundo a organização.
As hordas assassinas de Israel admitiram, na segunda-feira, que conduziram “uma série de ataques” contra alvos na área de Shaboura, distrito de Rafah, e afirmaram em comunicado que “os ataques foram concluídos”. Foi um massacre.
ALVOS DO MASSACRE ISRAELENSES
A Mesquita em Shaboura estava entre os alvos dos ataques israelenses, segundo a prefeitura de Rafah. O canal de televisão Al-Aqsa, administrado pelo Hamas, informou que duas mesquitas foram atacadas, bem como 14 casas em várias áreas de Rafah, na segunda-feira.
O diretor do Hospital Abu Yousef Al-Najjar disse que as instalações médicas em Rafah “não conseguem lidar com o grande número de feridos devido ao bombardeio da ocupação israelense”.
Imagens obtidas pela imprensa mostraram médicos tentando ressuscitar criança no hospital Al Kuwaiti de Rafah, enquanto outro grupo tratava de homem ferido no chão do hospital.
Em outro vídeo, mulher segurava o corpo de criança envolto em pano branco.
MAIS MORTOS
Segundo a PRCS, as pessoas estão presas sob os escombros e ainda há forte presença de aviões de guerra israelenses nos céus de Rafah, o que pode elevar ainda mais o número de mortos.
Em comunicado divulgado na segunda-feira, o Hamas condenou o que considerou ser “massacre horrível” perpetrado por Israel contra civis em Rafah.
Mais de 1,3 milhão de pessoas se refugiaram em Rafah, muitas das quais já estavam deslocadas de outras partes do enclave onde o massacre israelense ocorre e dizem não ter para onde ir.