Em doze meses, IPCA de março atinge 11,30%. Acumulam altas no período: óleo diesel (46,47%) gasolina (27,48%), etanol (24,59%), gás de botijão de cozinha (29,56%), gás encanado (33,37%) e gás veicular (45,54%)
Impulsionado pelo mega-aumento nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, promovidos com aval do governo Bolsonaro, a inflação oficial do país, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou para 1,62% em março – a maior variação em 28 anos para o mês de março, segundo divulgou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA fechou em alta de 11,30%.
De acordo com o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em março. Destaques para Transportes (alta de 3,02%) e Alimentação e bebidas ( alta de 2,42%). “Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março”, destacou o instituto.
No caso do grupo dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis (alta de 6,70%), com destaque para gasolina (alta de 6,95%).
“Tivemos um reajuste de 18,77% no preço médio da gasolina vendida pela Petrobrás para as distribuidoras, no dia 11 de março. Houve também altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%).
Além dos combustíveis, outros componentes ajudam a explicar a alta nesse grupo, como o transporte por aplicativo (7,98%) e o conserto de automóvel (1,47%). Nos transportes públicos, tivemos também reajustes nas passagens dos ônibus urbanos em Curitiba, São Luís, Recife e Belém”, disse o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Em 12 meses, os preços dos combustíveis acumulam alta de 27,89%, superando a inflação oficial:
Óleo diesel (alta de 46,47%)
Gasolina (alta de 27,48%)
Etanol (alta de 24,59%)
Gás de botijão de cozinha (alta de 29,56%),
Gás encanado (alta de 33,37%)
Gás veicular (alta de 45,54%)
AUMENTO DISSEMINADO NOS PREÇOS
No grupo dos alimentos e bebidas, os preços dos alimentos para consumo no domicílio fecharam em alta de 3,09% no mês. A maior contribuição foi da cenoura (alta de 31,47%) e do tomate (alta de 27,22%).
Também subiram os preços do leite longa vida (9,34%), do óleo de soja (8,99%), das frutas (6,39%) e do pão francês (2,97%).
“Foi uma alta disseminada nos preços. Vários alimentos sofreram uma pressão inflacionária. Isso aconteceu por questões específicas de cada alimento, principalmente fatores climáticos, mas também está relacionado ao custo do frete. O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em outros produtos da economia, entre eles, os alimentos”, destacou Pedro Kislanov.
Veja abaixo alguns itens do grupo de alimentos e bebidas que acumulam em 12 meses altas superiores a da inflação oficial no mesmo intervalo de meses:
Cenoura ( alta de 166,17%)
Tomates (alta de 94,55% )
Pimentão (alta de 80,44%)
Tubérculos, raízes e legumes (alta de 55,90%)
Café moído (alta de 64,66%)
Hortaliças e verduras (alta de 33,29%)
Batata inglesa (alta de 27,15%)
Óleo de soja (alta de 23,75%)
Aves e ovos (alta de 18,88%)
Farinha de trigo (alta de 18,02%)
Leite longa vida (alta de 14,53%)
Frutas (alta de 14,48%)
GÁS E ENERGIA PUXAM ALTA DO GRUPO HABITAÇÃO
O grupo habitação apresentou alta de 1,15% por conta do gás de botijão (6,57%), cujos preços subiram devido ao reajuste de 16,06% no preço médio de venda para as distribuidoras, em março. A alta de 1,08% da energia elétrica também contribuiu para o resultado do grupo, principalmente por causa dos reajustes de 15,58% e 17,30% nas tarifas de duas concessionárias de energia no Rio de Janeiro.
Em 12 meses, a energia elétrica acumula alta de 28, 52% – resultado puxado pela bandeira tarifária “escassez hídrica”, criada pelo governo Bolsonaro, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Em março, ainda, também houve aceleração nos preços dos grupos vestuário ( alta de 1,82%) e saúde e cuidados pessoais (alta de 0,88%). O único com queda foi comunicação, com queda 0,05%. Os demais ficaram entre o 0,15% de educação e o 0,59% de despesas pessoais.–