
A primeira visita do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Reino Unido provocou protestos na sexta-feira (13) em Londres. Para se distanciar das manifestações na capital britânica, no sábado (14) Trump foi hospedar-se com a esposa Melania na Escócia, onde é dono do luxuoso complexo hoteleiro Trump Turnberry. Mesmo assim não conseguiu livrar-se dos protestos: uma multidão ocupou as ruas de Edimburgo, capital da Escócia, em repúdio à sua presença.

Plataforma “Escócia contra Trump” reuniu 50 mil na capital Edimburgo
Em Londres, dezenas de milhares de manifestantes participaram da marcha de mulheres “Stop Trump” com cartazes com críticas ao racismo; contra a perseguição aos imigrantes e de repúdio ao tratamento de Trump dispensado às mulheres.
“Este é o carnaval da resistência”; “Não ao Trump, não à Ku Kux Klan, não aos EUA fascista!”, eram alguns dos cartazes carregados pelos manifestantes que avançavam pela Oxford Street com destino a Trafalgar Square. Em outro protesto, ainda na sexta-feira, manifestantes se reuniram em torno do ‘bebê Trump’ em frente à praça do Parlamento, em Londres.
A agenda de Trump na sexta-feira (13), para evitar protestos, foi deslocada para fora de Londres. De manhã, o presidente americano se reuniu com a premiê britânica, Theresa May, na casa de campo dela, em Chequers.
Em entrevista ao “The Sun”, Trump reconheceu que os protestos o deixam constrangido. “Acho que, quando eles colocam os infláveis para me fazer sentir indesejável, não tenho motivo para ir a Londres”, disse ao jornal referindo-se aos enormes balões do “bebê Trump”, um bebê de braços curtos, de fralda e segurando um celular.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, defendeu sua decisão de autorizar o uso do balão inflável na manifestação da sexta-feira em entrevista à “BBC Rádio 4”. “Imagine se limitássemos a liberdade de expressão porque alguém pode se sentir ofendido?”, indagou Khan.
EDIMBURGO
No sábado (14), milhares de pessoas participaram de uma passeata que começou na frente da sede do Parlamento da Escócia, em Edimburgo, e passou por várias ruas do centro da cidade em protesto contra as políticas do presidente norte-americano.
Os cerca de 50 mil manifestantes, segundo os organizadores, foram até o parque de Meadows, onde também foi inflado o “bebê Trump”. O protesto foi organizado pela plataforma “Escócia contra Trump”, e vários dos participantes carregavam bandeiras e cartazes com mensagens de apoio ao México e à Palestina, entre outras palavras de ordem.
Ao chega em Londres, com a delicadeza de um “elefante numa casa de louça”, Trump criticou publicamente – em entrevista ao “The Sun”- o já combalido governo da premiê Teresa May; lançou o ex-chanceler Boris Jonhson – um desafeto de May que acabara de demitir-se – como um ótimo nome para substituí-la e, algumas horas depois, desmentiu tudo ao lado da constrangida anfitriã, durante coletiva de imprensa.