A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) fez um alerta neste domingo (22) para o fato de que 120 bebês correm risco de vida por falta de combustível na Faixa de Gaza, impedido de entrar pelo governo ditatorial de Israel.
O combustível é fundamental para o funcionamento dos geradores de energia dos hospitais da região, que é alvo de constantes bombardeios israelenses.
Os 20 primeiros caminhões com ajuda humanitária que chegaram em Gaza no sábado (21) não puderam transportar combustível pelo bloqueio de Israel.
“Há atualmente 120 recém-nascidos em incubadoras, 70 deles em ventilação mecânica e, claro, estamos muito preocupados”, afirmou o porta-voz da Unicef, Jonathan Crickx. Neste domingo, 17 caminhões com seis tanques de combustíveis conseguiram entrar no território, mas o número é insuficiente.
“O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, disse o diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.
As entidades internacionais cobram a urgência da entrada de combustíveis na Faixa de Gaza, local que abriga mais de 2 milhões de habitantes.
Segundo o Fundo de População da ONU, em média quase 160 mulheres dão à luz todos os dias em Gaza. A entidade calcula que há 50 mil mulheres grávidas no território. O corte de energia elétrica na região, além de alimentos, água, alimentos e medicamentos, tem causado sobrecarga nos hospitais e impactado o funcionamento dos equipamentos das unidades de saúde.
Além dos bebês, cerca de mil pessoas que necessitam realizar diálises também estarão em risco com a falta de combustíveis para os geradores. Na sexta-feira (20), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, visitou a passagem de Rafah e destacou a urgência da chegada de ajuda humanitária. Segundo ele, os caminhões com suprimentos devem entrar “todos os dias para fornecer apoio suficiente ao povo de Gaza”.
Mais de 4,7 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início do conflito.
O Unicef e a Organização das Nações Unidas (ONU) denunciam a situação desesperadora dos moradores da Faixa de Gaza por causa da ação terrorista do governo de Israel contra a região.
Cerca de um terço da população da Palestina sofria de insegurança alimentar antes deste conflito em Gaza. “Hoje, os estoques nas lojas estão quase esgotados e as padarias estão a fechar, enquanto dezenas de milhares de pessoas estão deslocadas e incapazes de cozinhar ou comprar alimentos em segurança”, relatam as entidades.
“Gaza era uma situação humanitária desesperadora antes das hostilidades mais recentes. Agora é catastrófico. O mundo deve fazer mais. Com tantas infra-estruturas civis danificadas ou destruídas em quase duas semanas de bombardeamentos consistentes, incluindo abrigos, instalações de saúde, água, saneamento e sistemas eléctricos, o tempo está a esgotar-se antes que as taxas de mortalidade possam disparar devido a surtos de doenças e à falta de cuidados de saúde”, emendam.