Em vez de cortar juros, financistas exigem “tirar recursos da saúde, da educação e dos aposentados para beneficiar os ricos”
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou os rentistas e seus aliados na mídia que querem cortar recursos da saúde, educação e dos aposentados para garantir seus ganhos exorbitantes.
Em sua rede social, Gleisi criticou o editorial de jornal “que exige tirar recursos da saúde, da educação e dos aposentados para beneficiar os ricos”. “E nem se envergonha de mencionar que os juros da dívida pública (pagos aos ricos) abrem um buraco de 5% do PIB nas contas do governo”.
BC e “AUTONOMIA”
Também pela rede social X (antigo Twitter), Gleisi afirmou que “os juros e o projeto de ‘autonomia’” do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para o órgão são “indefensáveis”.
Para ela, é absurdo que o Banco Central tenha decidido manter a taxa Selic em 10,50%. Em 2023, o país gastou mais de R$ 700 bilhões com pagamentos de juros.
Roberto Campos Neto, que chegou à Presidência do BC por indicação de Jair Bolsonaro, tem patrocinado uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca a “autonomia financeira” para o órgão.
Gleisi Hoffmann lembrou que “o Banco não tem ‘receitas próprias’. A fortuna que ele administra são as reservas que pertencem ao país, ao povo brasileiro, motivo essencial para que sua diretoria seja nomeada (e demissível) pelo governo eleito, não pelo derrotado”.
A dirigente disse ainda que Campos Neto “nunca teve” independência política.
“O governo do inelegível [Jair Bolsonaro] não estava nem aí para a oferta de crédito, investimento, empregos e crescimento do país, missões do BC. Os juros estratosféricos em 2022 foram o preço cobrado para conter a disparada da inflação, enquanto o inelegível despejava bilhões na praça irresponsavelmente para comprar votos”, disse.
“Nada justificava manter os maiores juros reais do planeta no governo Lula. Campos Neto, seus juros e seu projeto de ‘autonomia’ são indefensáveis”, falou.
Com a PEC da autonomia financeira, Campos Neto “que se apresenta tão rigoroso com as contas do governo (exceto com a dos juros da dívida, que ele faz explodir sem dó), quer liberdade total para gastar o dinheiro público”.
“Pela PEC da nova ‘autonomia’, o BC ficaria imune às regras do orçamento, ‘independente’ das consequências do resultado fiscal, contratando sem concurso e fixando salários fora do teto constitucional. Não é mesmo uma graça?”, escreveu, criticando um editorial apoiando a proposta.
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