O ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse que Jair Bolsonaro “vai escorregar” de novo e “nós não podemos esperar alguém promover a destruição das instituições ou o golpe”.
“Do jeito que ele está indo ele vai escorregar. Faz dois anos que ele não muda a postura, está numa crescente e nós não podemos esperar alguém promover a destruição das instituições ou o golpe”, falou em entrevista à jornalista Malu Gaspar.
Kassab se referiu à nota que Jair Bolsonaro publicou na quinta-feira (9) dizendo que não teve “intenção de agredir quaisquer dos Poderes” e que ter chamado o ministro Alexandre de Moraes e dito que não cumpriria mais suas decisões decorreu “do calor do momento”.
O ex-prefeito de São Paulo acredita que, “cada vez mais, não há dúvidas de que o presidente da República não quer essa pacificação. As suas manifestações chegaram praticamente a configurar um crime”.
Gilberto Kassab avalia que a “postura” de Jair Bolsonaro no 7 de setembro tem mais “repercussão” do que a “palavra” dele se arrependendo.
“Todos nós sabemos que uma palavra, uma frase de um presidente tem uma enorme repercussão, muito mais sua postura e a sua manifestação em uma data simbólica, como o 7 de setembro, onde ele registrou a sua determinação em não atender o Poder Judiciário, em criar conflitos com outras instituições”.
Ele disse que “temos quase todas as condições” para o impeachment de Bolsonaro e que muitos deputados ligados a Jair Bolsonaro já mostram descontentamento com o governo.
“Em cima desse impeachment, todos devem se unir sem protagonismo, sem vaidades, deixando claro que o interesse não é uma guerra política, mas o bem do Brasil”.
IMPEACHMENT
De acordo com o dirigente partidário, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, “a base do governo já não é mais folgada [para impedir um processo de impeachment], deve ser algo em torno de 200 parlamentares, um pouco mais”.
Para Kassab, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), “não vai conseguir se contrapor a um movimento crescente da sociedade” a favor da destituição de Bolsonaro.