Presidenta do PCdoB abriu o 15º Congresso da sigla e saudou ainda a aprovação das federações partidárias como avanço da democracia no país
A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, afirmou, no informe ao 15º Congresso do partido, que a formação da frente ampla foi correta e fundamental para derrotar a tentativa de golpe de Jair Bolsonaro.
“O nosso coro em uma só voz pela necessidade da frente ampla tem ganhado contornos concretos e ajudado a isolar Bolsonaro. Acertamos na tática, que contribui para desmascarar, isolar e abrir caminho para derrubar Bolsonaro”, avaliou a presidenta do PCdoB.
“Esta tática demonstrou ser o caminho correto para realizar o enfrentamento ao governo Bolsonaro. A expressão maior disso é a crescente articulação de amplos espectros da sociedade” contra Jair Bolsonaro.
“A defesa da conformação de frentes amplas é parte da identidade política do PCdoB e é defendida por nós nos momentos de grandes impasses e crises, como o que vivemos atualmente”, acrescentou.
Neste sentido, Luciana considerou que o ato do dia 2 de outubro foi um marco importante na tarefa de unir setores de várias tendências no Fora Bolsonaro.
Luciana Santos afirmou que o “recuo” de Bolsonaro em seu golpismo foi apenas tático e que ele “não mudou de estratégia”. Ele ainda busca fragilizar a democracia para conseguir “instituir uma ordem política autoritária, retrógrada e subalterna”.
“Não é inteligente achar que o governo vai ver passivamente suas dificuldades aumentarem, sem se fazer valer de instrumentos e recursos econômicos e políticos que possui”.
Sob o governo Bolsonaro, “a democracia e as instituições nunca foram tão ameaçadas, o desemprego e a inflação atingiram números recordes, a renda do brasileiro caiu para o menor patamar dos últimos dez anos, ampliamos a desigualdade e a pobreza e a fome retornou a bater à porta de nossa gente”, relatou.
O país “precisa de caminhos que levem ao fim do governo Bolsonaro, ou correrá o risco de aprofundar a desagregação enquanto Nação”, afirmou.
O Congresso do PCdoB começou nesta sexta-feira (15) e será encerrado no domingo (17). O encontro homenageia o deputado constituinte e liderança histórica do partido, Haroldo Lima, que faleceu por complicações da Covid-19 no dia 24 de março. Na abertura do evento foi feita uma comovente homenagem a Haroldo Lima.
Os trabalhos do congresso foram iniciados ao som imponente e belo do Hino Nacional Brasileiro.
O PCdoB está discutindo os caminhos para enfrentar o governo fascista de Bolsonaro, o fortalecimento da frente ampla, os desafios eleitorais de 2022, os planos para tirar o país da crise econômica, as transformações na geopolítica internacional, agudizadas pela pandemia do coronavírus, e outros temas.
Luciana avalia que Jair Bolsonaro poderá fazer movimentos “de orientação ao centro” para se fortalecer para as eleições de 2022, se utilizando do orçamento que tem em mãos e de emendas.
“No campo de centro e centro-direita, há um esforço para a construção de uma candidatura da ‘terceira via’. Para a viabilidade deste campo político, todas as fichas são jogadas para inviabilizar a candidatura de Bolsonaro. São importantes todas as iniciativas eleitorais que venham à tona e que disputem contra Bolsonaro. São muito bem-vindas”, disse.
“No campo da esquerda, a candidatura de Ciro tem debatido saídas para a crise brasileira, também reforçando o campo da oposição”.
“A candidatura de Lula lidera em todas as pesquisas, contudo, não é imbatível. Ainda paira na sociedade um forte sentimento antipetista que pode mudar o curso dos acontecimentos”, analisou.
“O PCdoB se empenhará para que o nosso campo ganhe as eleições”, pontuou.
A vice-governadora de Pernambuco também saudou a bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados por conta da vitória na questão das Federações Partidárias. O partido foi decisivo para a aprovação do Projeto de Lei e para a derrubada do veto de Jair Bolsonaro.