
Milhões de pessoas foram às ruas na capital, Sanaa, e nas principais cidades do Iêmen nesta segunda-feira (17), para repelir os bombardeios dos EUA e expressar sua disposição de seguir apoiando os palestinos de Gaza, assim como manter o bloqueio no Mar Vermelho até que Israel pare de bloquear a entrada de alimentos que ameaça de fome a região palestina.
No domingo, o líder da revolução iemenita, Seyed Abdulmalik Badreddin al Houthi, apelou ao povo a comparecer “aos milhões” para protestar contra os bombardeios e o bloqueio à entrada da ajuda humanitária em Gaza, reiterando que o país atacará as unidades navais dos EUA enquanto Washington “continuar a sua agressão”.
“Não tememos ninguém, além de Deus” e “morte aos americanos”, bradaram os manifestantes, que também queimaram bandeiras dos agressores. Na madrugada de sábado para domingo, bombardeios dos EUA mataram 53 e feriram 100, a maioria mulheres e crianças.
O Iêmen vinha cumprindo rigorosamente seu compromisso com o cessar-fogo, o que só alterou diante da nova investida de Israel, agora buscando matar de fome os palestinos. Israel também cortou a energia elétrica, deixando Gaza sem água potável.
Até que Israel volte a respeitar o cessar-fogo, o Iêmen manterá o bloqueio aos navios a serviço de Israel e, agora, que os EUA e o Reino Unido voltaram a atacar o país árabe, também seus navios serão atingidos.
“Reafirmamos nossa firme posição de apoiar nossos irmãos em Gaza e enfrentar todas as ameaças contra eles”, diz a declaração lida nos protestos, acrescentando que o Iêmen “está preparado para enfrentar os opressores e tiranos sem hesitação ou medo, e está disposto a fazer sacrifícios ao longo do caminho”.
No domingo, o Iêmen atacou o porta-aviões Harry Truman e seu grupo naval com 18 mísseis e drones, enquanto o Pentágono afirma que derrubou 11.
Em um comunicado emitido na segunda-feira, o Brigadeiro-General iemenita Yahya Sari informou que “as forças armadas iemenitas conseguiram derrotar um ataque que o inimigo estava mais uma vez tentando direcionar contra nosso país”.
Ele detalhou uma batalha que “durou várias horas”, com o porta-aviões atacado com mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e drones, forçando o inimigo a recuar. A ONU e a Rússia pediram uma desescalada no Mar Vermelho, considerando urgente a retomada das negociações.