O Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério anunciou o cronograma das primeiras 46 milhões de doses da vacina do Butantan. “Tivemos uma reunião para expandirmos essa compra para 100 milhões”, disse
O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Medeiros, afirmou, nesta terça-feira (22), que o governo federal negocia a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac a serem entregues no primeiro semestre de 2021.
Segundo o secretário, o contrato com o Butantan para a compra de 46 milhões de doses está praticamente fechado.
Apesar de toda a pressão que Bolsonaro fez contra a vacina do Instituto Butantan, que desenvolveu o imunizante em parceria com a empresa chinesa Sinovac, o cronograma de entrega das vacinas proposto pelo Instituto está pronto.
Quando o ministro Eduardo Pazuello anunciou pela primeira vez a intenção de comprar a vacina do Instituto Butantan, Bolsonaro o desautorizou publicamente e mandou cancelar o protocolo de intenções. Pressionado pela sociedade por desprezar a vacinação, e também por não ter outra alternativa de vacina a curto prazo, Bolsonaro foi obrigado a recuar.
O atual plano prevê a entrega de 9 milhões de doses da CoronaVac em janeiro, 15 milhões em fevereiro e 22 milhões em março, somando as 46 milhões previstas inicialmente. O governo, no entanto, já negocia, segundo o secretário, um aumento no contrato.
“Ontem [segunda-feira], tivemos uma reunião para expandirmos essa compra para 100 milhões até o final do primeiro semestre”, afirmou o secretário do ministério, em reunião da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 da Câmara dos Deputados.
Medeiros informou também que, além do Instituto Butantan, o governo está negociando com o laboratório Pfizer e calcula que, somando também a produção da vacina da AstraZeneca pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil conseguirá ter pelo menos 150 milhões de doses de vacina contra Covid-19 no primeiro semestre de 2021, mesmo sem a expansão prevista com o Butantan.
O Ministério da Saúde apresentou na semana passada o plano nacional de imunização prevendo três vacinas: Instituto Butantan, AstraZeneca e Pfizer. O governo tem, até o momento, um acordo firmado com o laboratório AstraZeneca para aquisição de doses e transferência de tecnologia para produção local na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).