O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um inquérito contra o coronel Aleksander Lacerda, chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, em razão de suas declarações políticas e convocação de seus colegas e amigos para a manifestação bolsonarista do dia 7 de setembro.
Militares da ativa não podem dar declarações políticas e nem participar de manifestações.
O promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, José Carlos Blat, também determinou que o ex-comandante da Rota e atual presidente do CEAGESP, Ricardo Nascimento de Mello Araújo, seja investigado.
José Carlos Blat afirmou que “um oficial da Polícia Militar não pode se manifestar acerca de temas estranhos à segurança pública”.
O promotor quer investigar o crime de improbidade administrativa. Ele citou, em sua decisão, as declarações de Aleksander Lacerda e Ricardo Araújo convocando para a manifestação do dia 7 e atacando adversários de Jair Bolsonaro, como os membros da CPI da Pandemia e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Araújo publicou em suas redes sociais dizendo: “Eu vejo que nós da PM de SP, a força pública, nós devemos nos unir. E no dia 7 de setembro todos os veteranos de SP, estar presentes na Avenida Paulista”.
Aleksander chamou o governador João Doria de “cepa indiana pronta para acabar com o Brasil”.
Para os procuradores José Carlos Blat e Vanessa Alvarez, “os fatos descritos podem configurar ofensa aos princípios da Administração Pública e eventualmente prejuízo ao erário público”.
João Doria afastou Aleksander Lacerda do comando da PM na região de Sorocaba. “Indisciplina não será admitida na PM que respeita suas regras e suas funções. São Paulo tem orgulho da sua polícia militar, a mais bem treinada do Brasil”, afirmou.
“Aqui no Estado de São Paulo nós não teremos manifestações de policiais militares na ativa de ordem política”.