A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender o inquérito instaurado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar denúncias de conduta ilegal por parte de procuradores federais durante a investigação de ministros da corte.
A investigação visa apurar tentativas de intimidação e utilização de meios ilegais de obtenção de provas.
A decisão, adotada na terça-feira (30), vale até que a Primeira Turma do STF julgue um pedido do procurador Diogo Castor, ex-integrante da Operação Lava Jato do Paraná, para que o inquérito seja encerrado. Além de Castor, outros cinco procuradores que tiveram ligação com a Lava Jato são alvos do inquérito.
O inquérito foi aberto de ofício (iniciativa própria), em fevereiro, pelo presidente do STJ, ministro Humberto Martins. Ele pediu a investigação depois de ter acesso a diálogos do coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, combinando com um fiscal da Receita Federal, por meio de um aplicativo de troca de mensagens, a quebra de sigilo dos membros da corte.
As mensagens foram reveladas depois que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve acesso ao material aprendido pela Polícia Federal na Operação Spoofing, que prendeu hackers que invadiram celulares de várias autoridades. A Procuradoria-Geral da República defendeu que o STJ arquivasse o inquérito.
A ministra Rosa Weber justificou a suspensão do inquérito com o repasse da matéria para a Primeira Turma do STF, para que o colegiado julgue o mérito da sua decisão. Ainda não há data para o julgamento.