O prefeito Eduardo Paes (PSD) ironizou uma publicação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) no Twitter a respeito do novo “passaporte da vacina”, anunciado pela prefeitura nesta sexta-feira (27).
Depois que Paes publicou três decretos com restrições à circulação de não imunizados pela cidade, determinando a exigência de comprovante de vacinação contra a Covid para a entrada em espaços de uso coletivo, Carlos Bolsonaro escreveu na rede social que estudava junto à sua assessoria uma medida contra as novas regras, por entender que elas se opõem à Constituição Federal.
“Em contato com nossa assessoria para alinhamento de providências a serem tomadas quanto ao Decreto 49335/21 do Prefeito do Rio de Janeiro (Eduardo Paes), publicado hoje, criando o ‘passaporte sanitário’, pois a matéria vai na contramão do que rege a Constituição”.
Paes então sugeriu duas “providências” a serem tomadas pelo 02.
“Para facilitar o trabalho da assessoria, seguem as providências a serem tomadas: providência nº 1: tomar a 1ª dose! Providência nº 2: tomar a 2ª dose! Vacinas compradas e entregues pelo governo federal via Ministério da Saúde”, ironizou.
O estado do Rio de Janeiro ao mesmo tempo em que eleva a esperança com o avanço da vacinação, onde muitas cidades já aplicaram a primeira dose contra a Covid-19 em praticamente toda a população adulta, também vive um momento de atenção com a rápida disseminação da variante Delta do novo coronavírus e do aumento das internações causadas por infecções respiratórias.
“Os dados mostram um aumento recente das hospitalizações entre os grupos mais velhos. Isso está acontecendo em outros lugares, mas, no Rio de Janeiro, a situação está pior. As últimas estatísticas sugerem que algo diferente está acontecendo no Estado, mas ainda não sabemos exatamente o que é”, avalia o pesquisador Leonardo Bastos, da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
Essa é uma das motivações para que a Prefeitura publicasse as medidas do chamado “passaporte da vacina”, e dificultar o acesso de pessoas que se recusam a se vacinar a determinados espaços públicos como academias, estádios e ginásios esportivos, cinemas, teatros, museus, galerias e exposições de arte, convenções, conferências e afins. Durante o anúncio da medida, o prefeito informou que quase 200 mil pessoas não tomaram a 2ª dose.
“Obviamente o nosso objetivo é proteger as pessoas que acreditam na ciência e se vacinaram e fazer com que as pessoas se vacinem. Não é concebível que as pessoas que acham que vão se proteger sem a devida aplicação do imunizante terão uma vida normal. Não terão! O nosso objetivo é criar um ambiente difícil para quem não quer se vacinar”, afirmou Paes durante a coletiva.
“Vamos nos conscientizar e tomar a vacina. Tem imunizante para todo mundo. Queremos atingir a perfeição! [da aplicação da vacina]”, completou.