“Quanto mais ele desestimula o isolamento, mais ele estimula a curva de contágio e mais atrasa a reabertura do comércio”, disse senador
O líder do PDT, senador Weverton Rocha (MA), afirmou que o discurso de Bolsonaro não é bom “nem para a economia” ao comentar a marcha de Bolsonaro com empresários e ministros para pregar o fim da quarentena contra a Covid-19.
“Bolsonaro vive dizendo que o remédio não pode ser pior que a doença. O problema é que quanto mais ele desestimula o isolamento, mais ele estimula a curva de contágio e mais atrasa a reabertura do comércio”.
“No fim, é ele que está matando a economia”, concluiu.
A reunião de Bolsonaro com o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, não estava agendada. No encontro, Toffoli cobrou de Bolsonaro um diálogo com estados e municípios, que têm a competência para decidir sobre o funcionamento das atividades.
Bolsonaro se queixou com Toffoli que alguns estados estão indo “muito longe” nas medidas restritivas. Para ele, as restrições para evitar o contágio do novo coronavírus podem ser mais prejudiciais ao país que a própria pandemia.
Outros senadores criticaram a ida de Bolsonaro ao STF e classificaram como uma ida para “constranger” a Corte.
“O presidente não pode constranger os demais poderes quando o governo está omisso na sua responsabilidade de enfrentamento dessa crise”, disse a líder do Cidadania, senadora Eliziane Gama (MA), por meio de sua assessoria. Para ela, o presidente da Corte está correto ao cobrar do governo um plano de ação para superar a crise.
O líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), disse que o presidente precisa ler a Constituição. “Bolsonaro desrespeita a Constituição e a autonomia dos Poderes fazendo cena e ‘marchando’ para pedir afrouxamento de medidas de isolamento. Ele é o responsável pelo momento mais grave da pandemia com mais de 8 mil mortos. Ele precisa ler a Constituição, aliás ler e entender”, criticou o senador pelo Twitter.
Também pela rede social, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) classificou a visita como um triste espetáculo. “Mais de 8 mil mortos, no país, e o presidente, populista, sem real compromisso com a nossa sociedade, vai ao STF constranger ministros? Quer o fim do isolamento social a qualquer custo. Ouviu o que merecia: tem de propor soluções viáveis, claro”, escreveu.
“Que reunião despropositada foi essa? O ministro Toffoli deve ter atendido em deferência ao presidente, mas que sentido tem levar empresários ao STF em pleno auge da pandemia para chorar pitangas conhecidas e previsíveis? Clamar pelo afrouxamento social/laboral da varanda de casa é confortável!”, criticou, pelo Twitter, o senador Jean Paul Prates (PT-RN).
Por sua vez, o vice-líder do governo, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), disse que a “preocupação do presidente é pertinente”. Porém o parlamentar ressalvou que “onde é necessário tomar medidas duras devem ser tomadas para evitar que milhares de vidas sejam ceifadas”.
Fonte: Agência Senado
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